sábado, março 10

ETE do Baldo ainda está irregular

Dois anos após a sua inauguração a Estação de Tratamento de Esgotos do Baldo opera com 90% de sua capacidade, mas as etapas de limpeza e destinação das águas ainda não funcionam como o previsto. A promotora do meio ambiente, Gilka da Mata, juntamente com representantes do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema), vistoriaram ontem pela manhã o funcionamento ETE, um procedimento que vem sendo feito desde o perído das obras. O diagnóstico feito na visita de ontem deve ser incluído na ação ajuizada em 2007, cobrando a conclusão e pleno funcionamento.
Dos três coletores gerais (CG) que direcionam os esgotos para a estação, um ainda não foi adequado, o CG1, responsável pelo direcionamento das águas de bairros como Petrópolis e Tirol. O resultado é que os esgotos dessas localidades acabam desaguando no Rio Potengi sem qualquer tratamento. Os outros coletores, o CG2 e o CG3, funcionam normalmente. Nestes coletores, porém,   a remoção de bactérias e vírus - feita através da incidência da luz solar -  está paralisada. A radiação ultravioleta atua no  processo de desinfecção de todo o  material que chega à estação.
A promotora Gilka da Mata informou que, após essa vistoria, irá incluir as informações coletadas no processo aberto em 2007. Impressionada positivamente com a estrutura da ETE do Baldo, ela ressaltou a importância da estação, que recebe os esgotos de 21  bairros de Natal. "Por um lado fico feliz, a estação é de dar orgulho, mas por outro lado vejo que ainda há irregularidades, o que me frustra", disse. Coordenador da ETE, o engenheiro Cícero Fernandes informou que, apesar das deficiências, cerca de 95% do esgoto tratado e lançado no Rio Potengi  apresenta ótimas condições de tratamento. O índice ideal seria 99%.
Segundo ele, os equipamentos necessários para resolver as últimas pendências da estação devem ser adquiridos em breve, no máximo em seis meses pela  Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), o que deve ser feito com urgência. A Justiça já bloqueou R$ 4 milhões dos recursos destinados à companhia, dinheiro que deve ser revertido para a própria estação.
Alcance
A Estação de Tratamento de Esgotos do Baldo, de acordo com a Caern, é a maior obra de saneamento básico realizada no Rio Grande do Norte, com capacidade para tratar os esgotos produzidos em 21 bairros de Natal e beneficiando  aproximadamente 350 mil habitantes. 
"A importância da estação é visível.  Acreditamos na despoluição do Rio Potengi e, por isso, o Ministério Público continuará de olho", afirma Gilka da Mata. A situação de outras estações do Estado também foram contempladas em processos na Justiça, como é o caso da Estação de Tratamento de Esgotos em Ponta Negra. O Ministério Público espera que   o modelo da ETE do Baldo seja, em breve, copiado por todas as estações  do Rio Grande do Norte.
Nosso rio
Em matéria publicada pela Tribuna do Norte no final de 2011, foi constatado que  o  Governo do Estado não tem um programa para despoluir o rio Potengi. As medidas tomadas até agora, como a instalação da ETE do Baldo e exigência de estações de tratamento nas indústrias instaladas próximas ao estuário, são apenas preventivas, ou seja, evitam que o rio fique mais poluído, mas não o deixam mais limpo. Para limpar o lixo sólido das águas,  dois garis da Urbana trabalham, atualmente, em um barco. Por dia, eles recolhem toda espécie de material "esquecido" pelos natalenses. A cada três meses, um mutirão reforça a limpeza do local.
A Caern é apontada como um das maiores responsáveis pela poluição do rio. Não há controle no saneamento de Natal, São Gonçalo do Amarante e Macaíba. Para melhorar a situação, a Caern prevê a construção de uma outra estação de tratamento. A ETE Jundiaí/Guarapes, que representa um investimento de R$ 120 milhões e deverá atender 44% da população de Natal. O projeto  substitui o emissário submarino.
Fonte: Tribuna do Norte

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