terça-feira, março 6

Henrique assume rebelião do PMDB contra PT e pode ser punido

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A sucessão na Câmara dos Deputados ocorre no próximo ano, mas o acordo que prevê que o deputado federal Henrique Alves (PMDB) irá presidi-la no biênio 2013/2014 nunca esteve tão em vias de ser eclodido. O manifesto que reúne 45 assinaturas de deputados federais peemedebistas contra a gula petista por cargos e contra a suposta tentativa do partido da presidente Dilma Rousseff de se tornar hegemônico no plano político nacional tem deixado Henrique numa situação perigosa, ou numa "enrascada" como define parte da imprensa nacional. De um lado, o PT avança. No outro, o PMDB reage. Como pano de fundo, as eleições municipais de outubro e o futuro equilíbrio da correlação de forças da política nacional.

Na visão do deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB), existe uma "insatisfação generalizada" na base do governo. "Essa insatisfação é generalizada e permeia toda a base do governo, à exceção do PT", disse o deputado federal, que tem crescido suas declarações em favor do PMDB e em detrimento do PT proporcionalmente ao aumento da temperatura política em Brasília em torno da crise que se estabeleceu após a nomeação do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) para o ministério da Pesca, na semana passada. O fato foi interpretado como a nacionalização da campanha à prefeitura de São Paulo, a maior do país, num momento em que o tucano José Serra resolve assumir a postulação ao cargo hoje ocupado pelo PSD do prefeito Gilberto Kassab, mas que encontra no ex-ministro da Educação, Fernando Haddad (PT), a aposta do PT para retomar aquele importante poder municipal.

Segundo pesquisa Datafolha divulgada neste fim semana, após a confirmação do interesse em disputar a Prefeitura, Serra disparou na preferência popular, atingindo os 30% das intenções de voto perante o eleitorado paulistano. Ele é seguido de perto pelo deputado Celso Russomano (PRB), com 19%. Haddad vem em sétimo e último lugar, segundo a pesquisa, com apenas 3% das intenções de voto.
Na visão dos analistas, a entrega do Ministério da Pesca a Marcelo Crivella selaria a aliança nacional do PT com o PRB e é vista como a senha de que a candidatura de Russomano será retirada para permitir o apoio do partido a Haddad. Enquanto isso, o candidato do PMDB, Gabriel Chalita, vem em sexto, com 7% das intenções de voto, à frente de Haddad, mas atrás do apresentador de TV Netinho (PC do B), com 10%, em terceiro, de Paulinho da Força (PDT), em quarto, com 8%, e de Soninha (PPS), em quinto, empatada com Chalita, também com 7%.

Na opinião de peemedebistas, a interferência do governo na eleição em São Paulo sacramentaria a tentativa de se tornar o PT partido hegemônico no País. A nomeação de Crivella para o Ministério da Pesca teria inclusive prescindido de consulta e comunicação ao vice-presidente Michel Temer (PMDB), ajudando a inflamar a relação já conturbada entre os dois partidos. São Paulo é a base eleitoral do vice-presidente da República.

Publicado na edição desta Segunda-feira de O JORNAL DE HOJE

Postado por Tulio Lemos

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