quarta-feira, maio 31

Em Brasília, presidentes do Uruguai e do Chile dizem discordar de Lula sobre Maduro

 

Os presidentes do Uruguai, Luis Lacalle Pou, e do Chile, Gabriel Boric, criticaram diretamente a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chamou de “narrativa” as acusações de ações antidemocráticas e problemas com direitos humanos na Venezuela, durante a cúpula dos presidentes da América do Sul, nesta terça-feira (30).

"Devo dizer que fiquei surpreso quando se falou que o que acontece na Venezuela é uma narrativa. Já se sabe o que nós pensamos da Venezuela e do governo da Venezuela. Se há tantos grupos no mundo que tentam intermediar para que a democracia seja plena na Venezuela, para que se respeitem os direitos humanos, o pior que podemos fazer é tapar o sol com o dedo. Coloquemos o nome que tem, e vamos ajudá-los", afirmou Pou.

Lacalle Pou afirmou também que não cabe aos presentes na reunião escolher o governo venezuelano, mas que eles podem opinar.

No fim, ele justificou sua crítica dizendo que um dos pontos que estão sendo negociados na declaração conjunta na cúpula fala sobre democracia, direitos humanos e proteção às instituições. "Se esse ponto não existisse, eu não teria por que opinar sobre esse tema", afirmou ele.

Lula e o próprio presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, estavam na mesa.

Gabriel Boric diz que viu o horror dos venezuelanos e que não é narrativa

O líder chileno afirmou em uma entrevista coletiva que a situação na Venezuela não é uma narrativa, mas, sim "real e sério".

A entrevista foi dada na saída da reunião entre os presidentes sul-americanos.

"Expresso, respeitosamente, que tenho uma discrepância com o que disse o senhor presidente Lula, no sentido de que a situação dos direitos humanos na Venezuela foi uma construção narrativa, não é uma construção narrativa, é uma realidade, é grave e tive a oportunidade de ver, vi o horror dos venezuelanos. Essa questão exige uma posição firme", afirmou o presidente do Chile.

Boric disse que está contente que a Venezuela volte a instâncias multilaterais porque acredita que nesses espaços é onde os problemas se resolvem. "Isso, porém, não pode significar fazer vista grossa às questões que são importantes para nós desde o início", disse.

Com informações de G1

Fonte: Portal Grande Ponto

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