Policiais federais discutem greve nesta semana
Josias de Souza
A Federação Nacional dos Policiais Federais realiza assembleias em todos os Estados na terça (4) e na quarta-feira (5). A cinco meses da Copa do Mundo, a entidade deve aprovar um calendário de greves e manifestações. Participam do movimento os agentes, os escrivães e os papiloscopistas da Polícia Federal. Juntos, somam cerca de 9 mil servidores. Reivindicam reajuste salarial. Os delegados —cerca de 1.700 distintivos— estão de fora. Participam da encrenca apenas como alvos de críticas dos colegas.
Diretor da federação de policiais, José Carlos Nedel diz que a situação da corporação tornou-se “insuportável”. Ele reclama: “Somos os únicos servidores públicos da história do Brasil com sete anos de congelamento salarial”. E insinua: “É evidente que a Polícia Federal está sendo sucateada como forma de castigo pelas operações que fez.”
Em 2012, os policiais federais paralisaram suas atividades por 72 dias. O governo fez jogo duro. Ofereceu-lhes o mesmo reajuste salarial concedido a servidores de outras repartições: 15,8% em duas parcelas. Os agentes federais rejeitaram a oferta e retornaram ao trabalho de cara amarrada. Voltam agora à carga com o travo da derrota a envenenar o discurso.
Hoje, os policiais federais em início de carreira recebem contracheque de R$ 7,5 mil. A federação leva à mesa um pedido alto. Deseja um reajuste de 100%. Prestes a anunciar um corte bilionário de despesas, o governo afirma que a hipótese de atender à reivindicação é nula. Ou seja: vêm aí fortes emoções. Tudo isso na ante-sala da Copa.
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