terça-feira, fevereiro 25

CARLOS CHAGAS
DILMA ESTÁ SENDO CHANTAGEADA
“Volta Lula” ou “Muda Dilma”? No governo, cresce a impressão de que a recente campanha infiltrada na imprensa, com ramificações nos partidos, em especial o PT, e em parte do empresariado, nada mais é do que uma cortina de fumaça para obrigar a presidente Dilma a ceder às suas pressões e imposições. Imagina-se como mero artifício a movimentação dos que insistem na troca da sucessora pelo antecessor, já para as eleições de outubro. Em primeiro lugar, porque o Lula repete dia sim, outro também, não admitir ser candidato no lugar de Dilma. Depois, porque as pesquisas do fim de semana confirmam a evidência da reeleição. Assim como torna-se clara a chantagem dos políticos atrás de mais ministérios e dos empresários ávidos de favores e benesses para seus empreendimentos.
Não seria para valer a blitz desenvolvida de algumas semanas para cá, através do “volta Lula”. A operação visaria, no fundo, promover o “muda Dilma”, levando a presidente a maiores concessões aos partidos, na reforma do ministério, como mais neoliberalismo em sua política econômica.
Por isso ameaçam com a sombra da candidatura do primeiro-companheiro, em manobra já detectada no palácio do Planalto. Se verdadeira essa versão, pouca importância será dada à movimentação em curso, acrescendo-se mais um argumento: não existem adversários pelo menos até agora capazes de impedir a conquista do segundo mandato. As consultas eleitorais repetem os baixos níveis de preferência para Aécio Neves, Eduardo Campos e Marina Silva. Joaquim Barbosa poderia assustar, mas não muito. Ele nega a hipótese de concorrer e carece de base partidária.
Tudo indica, por essas razões, que o ministério não será mais loteado do que já se encontra, assim como o regime de concessões de patrimônio público não avançará além do estágio atual.
Quanto ao que virá depois da reeleição, é outra história. Dilma poderá compor a equipe dos seus sonhos, livrando-se do fisiologismo dos partidos de sua base, bem como desenvolver na economia uma estratégia menos neoliberal que a ansiada pelo andar de cima.
DESFECHO INEXPLICÁVEL
A Polícia Militar de São Paulo comemora a intervenção da noite do último sábado, quando conseguiu limitar a ação de manifestantes e de baderneiros, levando 262 deles para a delegacia. Depredações aconteceram, mas contidas em limites razoáveis. O diabo é que festejando nova etapa no convívio com os protestos, sem truculências anteriores, a PM paulista escorregou no final. Soltou todos, tanto os que se movimentavam pacificamente quanto os vândalos responsáveis por atingir patrimônio público e privado. Não era para estes continuarem enjaulados e processados?


Nenhum comentário:

Postar um comentário