domingo, novembro 27

POUCAS E BOAS DA TERRINHA

 

Todo povo tem uma história que simboliza os valores culturais da sua gente. 

Aqui não pode ser diferente. 

Somos um povo hospitaleiro, extrovertido por natureza, cuja alegria se reflete no semblante de cada conterrâneo. 

Sem termos historicamente grandes personalidades letradas, temos um legado de inteligência própria, cujas figuras se tornaram tradicionalmente conhecidas pelos seus gestos e ações com potenciais sabedoria.

Nesta edição iremos resgatar alguns nomes da convivência provincial, cujos exemplos foram notoriamente identificados, desde os primórdios da nossa civilização.

Todas foram pessoas simples e bastante respeitadas, independentes de condição econômica.

Apenas se sobressaíram diante dos demais, devido alguns dotes naturais que o destino ofereceu a cada um.

Neste aspecto relembro de poucas e boas da terrinha - cujos protagonistas com seu senso de humor e sabedoria nata se consagraram no imaginário popular.

O primeiro caso que me remonta a ideia, vem de  uma ácida discussão entre dois tradicionais moradores da Timbaúba: Adolfo Wanderley e Chico Targino. 

Estando ambos tomando umas goladas de aguardente no botequim de Tereza Maxuíba, lá pra tantas, cada um se sentindo afoito pela embriaguez do momento, começaram uma discussão pesada com troca de insultos pessoais. 

Foi aí que Adolfo perdeu o controle e pegou uma tábua de um caixão desmontado que estava no canto da parede para bater em Chico Targino. 

Este com olhar clínico parecido um vagalume, viu uma coisa estranha na tábua e soltou o grito: Adolfo essa tábua tem prego. 

Isto foi o suficiente para que Adolfo voltasse a lucidez e parou a agressão, dando um abraço no amigo, voltaram à bebericar como se nada tivesse acontecido.

O segundo caso tem como cena principal o episódio do desaparecimento de um bodes do patriarca Abel Fonseca. Este prestou contas na delegacia, sem apontar o suspeito do furto dos seus animais. 

O delegado após algumas diligências, prendeu um morador da Timbaúba, conhecido por Cassimiro como suspeito. 

Mandou chamar o líder da povoação de Santa Luzia para ouvir o depoimento do prisioneiro.

O patriarca Abel foi logo dizendo, seu Cassimiro o senhor fale a verdade para o delegado, porque a verdade cabe em todo canto. O delegado perguntou: o senhor confessa que comeu os bodes de seu Abel?  A resposta foi seca e imediata - não senhor, comi somente as cabras.

Moral da história - O manda chuva do lugar gostou da sinceridade do acusado e com seu senso de justiça, mandou libertar o suspeito Cassimiro!

Brevemente outros casos, desta lavra de recordações,  virão a tona!

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