domingo, fevereiro 16

Projeto do porto privado do Rio Grande do Norte é apresentado à população

Audiência pública faz parte do processo de concessão da área pública onde porto será montado. Edital licitatório será divulgado em até 60 dias.


Por Leonardo Dantas
Comissão especial apresentou projeto em Porto do Mangue (Foto: Alberto Leandro)
Comissão especial apresentou projeto em Porto do Mangue (Foto: Alberto Leandro)
A comissão especial criada para promover a interlocução com a sociedade civil organizada de Porto do Mangue, distante 250 quilômetros da capital, apresentou neste sábado (15) um resumo do estudo técnico de implantação de empreendimento portuário previsto para o município. Trata-se do projeto de instalação do primeiro porto privado do Rio Grande do Norte.
A audiência pública foi realizada na Câmara Municipal de Porto do Mangue e contou com a presença de entidades da sociedade civil organizada, como organizações não-governamentais, colônia dos pescadores, comerciantes, políticos e empresários da região do Vale do Assu e Costa Branca, além de membros da comissão especial.
Esta comissão possui representação da Federação da Indústria do Rio Grande do Norte (FIern), Prefeitura Municipal de Porto do Mangue e Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico (Sedec). Os representantes assinaram um acordo de cooperação técnica para conduzir o processo de viabilização de implantação do porto e condução do processo licitatório com a elaboração do edital.
O advogado da Fiern, Davis Coelho Costa explicou que o projeto vive dois momentos distintos, o primeiro referente à concessão da área municipal a ser explorada por 35 anos, já aprovada pela Câmara Municipal de Porto Mangue na Lei nº 053/2013. De acordo com ele, essa área com cerca de 71 hectares será cedida por meio de concessão pública, como prevê a Lei Federal 8.987/95.
“Porto do Mangue foi o município que melhor apresentou condições técnicas e naturais. Agora estamos tratando das questões legais. A audiência pública é uma exigência da lei de concessão, quando a população toma conhecimento do projeto e coloca sua posição, para agregar. Oportunidade também para explicar à população as condições da exploração.
O segundo momento trata da licitação em si, quando será escolhida a empresa que irá conduzir a obra e o direito de explorar pelo período previsto. “O edital ainda será publicado e após aberto o processo licitatório, teremos 30 dias para colher as propostas. A concorrência terá como método o melhor preço”, ressaltou.
Durante a audiência, os participantes levantaram questões quanto ao impacto ambiental do porto, a interferência na área de pesca, o uso das terras públicas, a geração de emprego e a regulamentação do empreendimento.
Ex-deputado Rogério Marinho preside comissão especial de interlocução social (Foto: Alberto Leandro)
Ex-deputado Rogério Marinho preside comissão especial de interlocução social (Foto: Alberto Leandro)
O presidente da comissão especial, o ex-deputado Rogério Marinho respondeu os questionamentos como porta voz do comitê formado. Ele explicou que o projeto ainda é básico e para a real implantação a empresa terá que se submeter às normas ambientais, solicitando o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), assim como ter o contrato de concessão da área.  Quanto aos pescadores e futuros problemas sociais, Rogério revelou haver algumas contrapartidas já previstas no escopo do projeto, contudo, ratificou a posição da colônia de pescadores registrando a realocação do atual ponto de atracação das embarcações.
“É claro que uma obra deste porte irá gerar um impacto, mas vamos seguir tudo o que diz a legislação, tendo cuidado inclusive durante o funcionamento da estrutura. No lado social, algumas contrapartidas estão previstas como a utilização de 10 hectares da área cedida para a construção de equipamentos de lazer, esporte e educação”.
O prefeito de Porto do Mangue, Francisco Gomes revelou ter conhecimento da complexidade do projeto, porém, o Município está disposto a investir na idéia e perpetuar a parceria. Ele comentou a qualificação da mão-de-obra local e a retirada de unidades residenciais na área da concessão. “São oito ou dez casas que ocupam o local. Estamos sensíveis a situação e vamos dialogar a melhor alternativa e, se necessário, viabilizar uma compensação. O Município tem um pouco mais de 5 mil habitantes, dos quais muito poderão se empregar na obra e no próprio terminal. Contudo, é necessário uma qualificação dessas pessoas e contamos com a Fiern para promover estes cursos”, disse.
Fonte: Portal no Ar

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