terça-feira, fevereiro 28

Em afago a base eleitoral, ministros de Lula vão a agendas de outras áreas

 

O ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) participa do lançamento do Minha Casa, Minha Vida em Contagem (MG)
O ministro Alexandre Silveira subiu em um palanque em Contagem (MG), na região metropolitana de Belo Horizonte, no dia 14 de fevereiro para um evento oficial do governo. 
O ato, no entanto, nada tinha a ver com sua pasta (Minas e Energia), mas com entregas de moradias na retomada do Minha Casa, Minha Vida. 
O governo Lula (PT) tem enviado ministros a eventos oficiais em seus domicílios eleitorais —sejam as agendas relacionadas ou não com a pasta em questão. 
O caso acima é um dos exemplos, e as viagens são custeadas pela União.
Prática típica de período eleitoral tem ocorrido. Em seus estados, os aliados de Lula costumam fazer discursos diante de potenciais eleitores. 
Não há uma explicação oficial por parte do Planalto e dos ministérios. Aliados argumentam que a proximidade dos ministros locais "ajuda na comunicação". Silveira com Minha Casa Minha Vida. 
O ministro de Minas e Energia representou o governo federal em MG —o mineiro tentou a reeleição para o Senado em 2022 e acabou derrotado.
Paulo Pimenta na seca do RS. O ministro-chefe da Secom (Secretaria de Comunicação Social), Paulo Pimenta, integrou a comitiva de ministros que foi ao Rio Grande do Sul na última quinta (23), para anunciar ajuda de R$ 430 milhões para o enfrentamento da estiagem no estado. 
Terceiro deputado mais votado no RS em 2022, ele teve uma posição de destaque durante as ações, ao lado do governador Eduardo Leite (PSDB). Márcio Macêdo com retomada de obras em estradas.
 Ministro da Secretaria Geral, Macêdo tem como uma das principais funções fazer o elo entre o governo e movimentos sociais. 
No dia 15, ele participou da comitiva do presidente para a retomada das obras do trecho da BR-101 em Sergipe.
O ex-tesoureiros da campanha petista falou à população do estado em que foi secretário, deputado e onde construiu sua vida política. Há casos em que ministros vão às suas bases eleitorais para eventos com relação direta aos programas do novo governo. O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, foi a principal figura, ao lado de Lula, no lançamento do Minha Casa, Minha Vida em Santo Amaro da Purificação, na Bahia, estado que governou por oito anos. Rui falou, foi aplaudido e elogiado pelos presentes. O principal projeto habitacional de gestões petistas está na aba da Casa Civil, embora tenha ingerência também do Ministério de Desenvolvimento Social, coordenado por Wellington Dias.
Também tem influência do Ministério das Cidades, de Jader Filho. 
Na última sexta (24), ele foi entregar casas em Belém e Abaetetuba, no Pará, estado em que nasceu e onde o irmão Helder Barbalho (MDB) é o atual governador —o pai, Jader Barbalho (MDB), é senador. 
A Secom e o Planalto não responderam ao UOL como são feitas essas seleções dos ministros. Aliados argumentam que a escolha é "natural" e que ajudam no processo de comunicação com as pessoas. 
Pessoas próximas ao governo dizem que, em casos de inaugurações e atos, é comum que figuras "conhecidas pelo cidadão" apareçam para atrair mais pessoas —casos de Silveira em Contagem (MG) e Macêdo em Maruim (SE).
No caso de tragédias —como a ida de Pimenta ao RS—, isso fortalece a relação do governo e a identificação do ministro com a população local. 
Na visita a São Sebastião, após as mortes provocadas pela chuva, Lula foi acompanhado por nove ministros, entre eles Márcio França (Portos e Aeroportos), cuja origem política está no litoral paulista, e Alexandre Padilha (Relações Institucionais), deputado eleito por SP.
Uol Notícias

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