sexta-feira, janeiro 20

Haddad diz que boicota empresas por ideologia

 

Fernando Haddad deu declaração desastrosa, que fere o Código de Conduta do Servidor Público

Representando o Brasil no Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça, o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse em público, em entrevista acessada por milhões de pessoas, que ele decide suas compras por questões ideológicas. “Não compro um palito de fósforo de uma empresa que não tenha compromisso com as minhas questões", disse o Ministro. A fala de Haddad poderia ser entendida como um posicionamento normal se fosse de um consumidor qualquer, entretanto, por se tratar de alguém que ocupa um cargo público, acabou ganhando uma repercussão acima do esperado.

A fala do ministro está sendo questionada também por causa do Código de Conduta do Servidor Público, que diz que o agente público tem que primar pela "impessoalidade, tendo dever de agir de modo imparcial perante terceiros, sem discriminação, distinções ou preferências", e vai além, indica que não deve, isso mesmo, "não deve permitir que interesses ou conceitos de ordem pessoal, corporativistas, ou político-partidária interfiram no trato com o público ou qualquer agente público".
No campo privado, em seu CPF, Haddad pode fazer o que bem entender, mas enquanto for ministro de Estado, ter seu salário pago pela sociedade, ele não pode e não deve ser parcial e tampouco declarar publicamente sua forma de decidir de quem compras seus produtos, diz Reinaldo Cafeo, economista e diretor regional da Ordem dos Economistas do Brasil.
Se não bastasse o não cumprimento do Código de Conduta do Servidor Público, Haddad joga contra os empreendedores privados, que dentro de um país que se diz democrático tem liberdade para escolher sua ideologia, sua preferência partidária e seu candidato para qualquer cargo eletivo, acrescenta o economista.
São os empreendedores privados, quer sejam da esquerda, da direita, do centro, que geram riquezas, e a partir desta geração de riquezas, juntando-se a outros pagadores de impostos, transferem para o setor público toda a receita necessária para bancar a máquina pública, inclusive, como colocado, os salários dos ministros de Estados, entre eles o próprio Haddad.
Cafeo lembra que isso tudo acontece em um governo que tem em seu slogan "União e Reconstrução". Está unindo o quê? Muito provavelmente a união preconizada serve somente àqueles que simpatizam com a ideologia de quem está no poder atualmente.
Para ele, esse recorte é somente uma demonstração do quanto o revanchismo e mágoa política irão nortear a gestão do atual governo.
E conclui: “decoro, ética, impessoalidade, respeito ao contraditório, liberdade de expressão, são para poucos e postura que esteja à altura do cargo que ocupa é para um seleto grupo de servidores públicos”.

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