O PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, abriu mão de indicar um nome à vice-presidência da Câmara. A cadeira cabia à legenda, que tem a maior bancada da Casa. Em troca do apoio da sigla à eleição de Rogério Marinho (PL-RN) à presidência do Senado, cedeu o espaço ao Republicanos. O acordo foi costurado pelos presidentes do PL, Valdemar da Costa Neto, e do Republicanos, o deputado Marcos Pereira, que ficará com a vice-presidência da Câmara.

"Como as chances de eleição do Marinho passaram a ser reais. Podemos ficar com a segunda vice-presidência. Abrimos mão de tudo que for necessário para o Marinho ganhar o Senado", disse o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) ao GLOBO.

O parlamentar é da ala "bolsonarista raiz" da legenda e foi presidente da bancada evangélica em 2022. Inicialmente ele era o indicado para ser primeiro vice da Câmara, mas aceitou o acordo feito pelo PL com Republicanos e PP.

A decisão deve ser anunciada na próxima segunda-feira, 30, após reunião comandada por Valdemar e pelo líder do PL na Câmara, Altineu Cortes (RJ). Para ajudar na negociação foi avaliada uma troca na liderança do PL na Casa. Altineu deixaria o cargo e Sóstenes seria o escolhido. No entanto, o deputado da bancada evangélica deve ficar com o cargo de segundo vice-presidente da Casa e Altineu líder por mais um ano.

O acordo para colocar o presidente do Republicanos na vice aconteceu na última quarta-feira, (25), quando o presidente do PL se reuniu com Pereira e a senadora eleita Tereza Cristina (PP-MS) para fortalecer o bloco de Marinho. O senador do PL conseguiu um impulso na reta final da disputa contra o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Juntando os três partidos que o apoiaram formalmente, Marinho tem um bloco de 23 de senadores. Além disso, ele mira apoios de parte do União Brasil e MDB, que devem apoiar Pacheco formalmente.

Com informações do O Globo