sexta-feira, junho 23

ARTIGO - FERIDAS ABERTAS

 

A alma de uma nação é a conjugação dos saberes, valores e crenças produzidas coletivamente. Crescemos em um país racista, onde boa parte da história oficial foi escrita por uma elite, que costumava retratar povos indígenas e negros como àqueles que estão ali para servir ou, de outra forma, para nada servem.
Navio Negreiro, de Castro Alves, é um longo poema abolicionista escrito pelo autor em 1868, mostrando o sofrimento dos africanos escravizados, em um navio negreiro, rumo ao Brasil, país que descumpria a Lei que proibia o tráfico de escravos.
Como também disse certa vez a poeta, escritora e ativista dos direitos humanos, Audre Lorde. Enfrentar o medo e transformar o silêncio em linguagem e ação continua sendo um processo de cura, até porque as feridas abertas durante a escravidão ainda não cicatrizaram.
A escravidão infelicita a humanidade desde os tempos remotos. Na antiguidade os egípcios escravizaram os hebreus, ou israelitas, durante 400 anos. Moisés, dos mandamentos divinos, liberou os escravos ao promover a abertura do Mar Vermelho e conduzi-los a terra prometida.
Frantz Fanon, psiquiatra e filósofo político, natural das Antilhas Francesas da Colônia da Martinica, descreveu: o racismo se expressará de forma perversa e sempre será instrumento de exclusão social do negro.
CHICO TORQUATO

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