terça-feira, março 30

ARTIGO - AS SENZALAS

 

Entre castigos e insalubridades, homens e mulheres Unidos da África enfrentaram as maiores adversidades para realizarem suas práticas religiosas e culturais às sombras. " Negras Mulheres, suspendendo às tetas negras. Negras crianças, cujas bocas pretas regam o sangue das mães".
É com as palavras de Castro Alves que iniciarmos a descrição das atrozes senzalas, espaços dedicados ao confinamento dos negros escravizados nos engenhos de açúcar do Brasil. Lugares que tentavam reproduzir a mínima salubridade para sobrevivência da mão-de-obra.
Esqueçamos a imagem clássica das senzalas turísticas: debaixo da casa grande, havia um local de confinamento especial quase que de castigo.
Os escravos domésticos eram separados dos da lavoura, criando uma hierarquia virtual que os desuniam, e havia um esforço por parte da administração em misturar povos e etnias, culturas e idiomas diferentes entre os setores das senzalas para impedir maior articulação e práticas de idiomas ou ritos não cristãos.

A falta de condições saudáveis era uma estratégia de dominação das pessoas, que eram maiorias nos engenhos, o que se somavam ao medo, pois na frente das senzalas sempre havia uma uma equipe bem armadas de feitores fazendo guarda.

CHICO TORQUATO

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