quarta-feira, abril 26

Lula, o ilusionista, volta a atacar

Lula (Foto: Antonio Lucena)
Em mais uma entrevista a uma emissora de rádio do Nordeste, região que lhe confere a maioria dos votos para a eleição presidencial de 2018, Lula voltou a exercer o ofício no qual é reconhecidamente um mestre – o de mentir, jogar com meias verdades e se apresentar como vítima de tudo e de todos.
Sobre Antonio Palocci, seu ex-ministro da Fazenda, preso em Curitiba:
“Se ele vai fazer delação ou não, é uma decisão dele e a mim também não preocupa. Se o Palocci cometeu algum erro, só ele sabe. O que me preocupa é o arbítrio de você prender uma pessoa, trancafiar uma pessoa, ficar pressionando a pessoa a confessar. E muitas vezes as pessoas não são pressionadas a confessar um crime. Segundo os jornais, segundo o que a gente vê em blogs, são pressionados a dizer o nome do Lula”.
(Lula está, sim, preocupado com a possível decisão de Palocci de delatar. Palocci conhece alguns dos mais cabeludos segredos do PT e as entranhas das duas eleições vitoriosas de Lula para presidente, e de Dilma à reeleição. De antemão, Lula tenta desqualificar o que Palocci possa dizer contra ele sugerindo que se o fizer será porque foi pressionado e ficou muito tempo preso.)
Sobre o depoimento de Léo Pinheiro, sócio da OAS, que disse que o tríplex do Guarujá era de Lula:
“Desde o ano passado que eles estão exigindo que ele fale meu nome. Já foi condenado a 26 anos de cadeia e ‘fale o nome do Lula’. Agora me parece que aceitaram a delação dele porque ele prometeu que ia falar o meu nome. Os caras estão condenados a 26, 27 anos, e depois veem na televisão delator vivendo uma vida de nababo, delator, que roubou milhões e milhões e milhões, devolve alguns milhões e vai viver com o resto morando na beira da praia, em apartamento de luxo. Ou seja, o Léo ficou vendo aquilo e falou: ‘eu também vou delatar porque está todo mundo delatando’. O cara delata até a mãe.”
(Ao falar de Léo Pinheiro, Lula repete praticamente as mesmas coisas, e com a mesma intenção, que disse a respeito de Palocci. E omite que a um delator não basta contar o que sabe. Precisa apresentar indícios e provas de que falou a verdade.)
Sobre o depoimento de João Santana e Mônica Moura, marqueteiros da campanha de 2014, que disseram que Dilma sabia do uso de caixa dois:
“Eu me surpreendo. Finanças de campanha não se discute com presidente da República. Ele tem que ter noção que se tem uma coisa que ele não pode discutir é sobre finanças de campanha. Por isso tem comitê, por isso tem tesoureiro.

(Discute-se finanças de campanha, sim, com presidente da República ou simplesmente com candidato a presidente ou a qualquer outro cargo eletivo. Em 2002, por exemplo, Lula em pessoa testemunhou em um apartamento da Asa Sul de Brasília a compra do apoio à sua candidatura a presidente do então Partido Liberal de Valdemar da Costa Neto. Custou cerca de R$ 6 milhões.)
Por Ricardo Noblat



Nenhum comentário:

Postar um comentário