quarta-feira, setembro 26

PMDB ficará no comando da Câmara e Senado, diz ministro

MARGARETH GRILO - REPÓRTER
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, disse em entrevista à TRIBUNA DO NORTE que o PMDB deve comandar as duas Casas do Congresso Nacional a partir de 2013. Na Câmara dos Deputados, por causa de um acordo com o Partido dos Trabalhadores (PT). E, no Senado, "porque tem a maior bancada". "Tenho certeza, que vamos ter a presidência das duas Casas", afirmou o ministro.
Júnior Santos
Ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro discursa durante solenidade no Parque Aristófanes Fernandes, em Parnamirim
Ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro discursa durante solenidade no Parque Aristófanes Fernandes, em Parnamirim
Mendes Ribeiro não tem dúvida de que o acordo firmado com o PT será mantido, mesmo com a possibilidade de o PMDB assumir a presidência do Senado. "O deputado federal, Henrique Eduardo Alves, líder do meu partido, será o próximo presidente da Câmara dos Deputados", afirmou Mendes Ribeiro. O acordo que garante apoio a um nome peemedebista para a presidência da Câmara foi selado pelo então presidente do PT, José Eduardo Dutra, por ocasião da eleição do petista Marco Maia (RS) para a presidência da Câmara, em 2011.
Ficou estabelecido que, nos dois primeiros anos dessa legislatura, a Câmara seria presidida por um petista e, nos dois anos finais, por um peemedebista. Numa reunião em 8 de agosto, com a presença do vice-presidente da República e presidente licenciado do PMDB, Michel Temer, os atuais presidentes dos dois partidos, Rui Falcão (PT), e Valdir Raupp (PMDB) confirmaram que o acordo será respeitado.
O acordo não vale para a disputa pela presidência do Senado, onde o regimento interno estabelece que a legenda com maior bancada faz a indicação do presidente da Casa. No caso, o PMDB, com 19 senadores, em exercício nessa legislatura. A eleição para as duas Casas ocorrerá no inicio de fevereiro de 2013. A ratificação do documento foi uma iniciativa do petista, Rui Falcão. Em entrevista recente, Michel Temer declarou: "Falcão achou melhor ratificarmos o documento para não deixar dúvidas de que a próxima presidência da Câmara será de um candidato do PMDB".
Para o ministro Mendes Ribeiro Filho não há riscos de o acordo ser quebrado. "Nas últimas eleições, os dois partidos têm se revezado na presidência da Casa, então é natural que se repita essa prática", afirmou o ministro que esteve em Natal para a assinatura da Instrução Normativa que dá condições o Rio Grande do Norte de avançar para o nível de área livre de aftosa com vacinação.
Em entrevista, o deputado Henrique Eduardo disse que "está tudo caminhando bem para que o PMDB assuma a presidência, pelo compromisso PT e PMDB". Segundo ele, depois das eleições, a bancada do partido se reúne para indicar um nome. O deputado federal disse que o apoio do PT é importante, "porque se honra um compromisso, mas não basta". "Eu gostaria de ter uma candidatura de consenso da Casa, que fortaleça a casa para o presente e para o futuro", disse.
Henrique Eduardo, que tem apoio já declarado da presidente Dilma Rousseff, adiantou que tem procurado todos os partidos, todos os deputados, individualmente, "porque o acordo não resolve, a eleição passa por todos os partidos, por todos os deputados"
Líder do PT afirma que apoia nome dos peemedebistas
O líder do Partido dos Trabalhadores, no Senado Federal, não questiona o direito do PMDB à cadeira da Presidência nesta Casa legislativa. Pelo contrário, o senador Walter de Freitas Pinheiro, líder do PT, no Senado, afirmou à reportagem da TRIBUNA DO NORTE que o partido dará apoio ao nome peemedebista que for lançado para a Presidência do Senado, para a sucessão do senador José Sarney (PMDB)
"Quem o PMDB indicar no senado", afirmou o senador, "o PT vai apoiar e orientar a bancada favoravelmente". Segundo ele, a regra, estabelecida no regimento interno do Senado Federal, será mantida com indicação de um senador do partido que tem a maior bancada. O PMDB tem 19 senadores, entre os 81 que compõem o senado. O segundo maior partido tem 13. "É uma diferença grande. Não há questionamento quanto a isso", afirmou o senador.
Dentro da tradição, os demais partidos devem ajudar a compor a mesa diretora. Geralmente, as bancadas têm apoiado chapa única. Hoje, Renan Calheiros é considerado o nome mais forte do PMDB à presidência do Senado. Mas líderes do PMDB avaliam que o escolhido poderá ser o atual ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que é senador licenciado. Seu nome chegou a ser cogitado nos bastidores como sendo "uma indicação da presidente Dilma Rousseff".
DEM prefere esperar definição das principais bancadas
O senador potiguar José Agripino (DEM) declarou que o partido vai se reservar a opinar sobre a sucessão no Senado Federal "quando a chapa for definida e lançada". No entanto, concorda que "naturalmente, o PMDB que tem maior bancada no Senado deve indicar o nome à presidência". A eleição, segundo o democrata, está condicionada não apenas à tradição, mas ao que estabelece o regimento interno.
Apesar da resistência em falar sobre a sucessão do senador José Sarney, o democrata adiantou que "seguramente", por ter cinco senadores, o seu partido deve pleitear cargo na mesa diretora. "Na Câmara Federal", ponderou o senador da República, "quem vai decidir sobre a indicação à presidência é a base do PT e do PMDB. Essa é uma discussão entre eles". Ouvido pela TN, o senador Paulo Davim (PV) disse que a sucessão ainda não está em pauta.
"Ainda não se fala da eleição, mas o PMDB, provavelmente, deverá ter o presidente das duas Casas e, no caso do Rio Grande do Norte", afirmou Paulo Davim, "se a presidência da Câmara ficar com Henrique Eduardo, pelo acordo PT/PMDB, será muito bom para nosso Estado". Os dois senadores acreditam que os debates e negociações com vistas à sucessão do senador José Sarney, no Senado, e do deputado federal Marco Maia, na Câmara já devem começar após as eleições de 7 de outubro.

Fonte: Tribuna do Norte





Nenhum comentário:

Postar um comentário