Servidores da estatal cobram a manutenção de um acordo coletivo que foi firmado em 2019 com a empresa, que foi suspenso em razão da pandemia

Ministro das Comunicações, Fábio Faria - Foto: Cléverson Oliveira / MC
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, criticou nesta quarta-feira (9) os servidores dos Correios por manterem, em plena pandemia do novo coronavírus, uma greve que já dura mais de três semanas. A paralisação coincide com o momento em que, por causa do isolamento social, tem crescido a procura por serviços postais.
Segundo Fábio, o protesto é legítimo, mas acontece no momento errado. “Os Correios oferecem um serviço essencial aos brasileiros, que chega a cada município. É legítimo os servidores reivindicarem, mas greve em plena pandemia é totalmente inadequado”, afirmou o ministro potiguar, em publicação no Twitter.
De acordo com as entidades que representam os servidores, cerca de 70% da categoria está parada. Eles cobram a manutenção de um acordo coletivo que foi firmado em 2019 com a empresa, que foi suspenso em razão da pandemia. Com o acordo desfeito, os servidores perderam uma série de benefícios, como adicional de risco, licença-maternidade de 180 dias e auxílio creche.
No pronunciamento feito nas redes sociais, Fábio Faria sugeriu que o movimento pode acelerar a privatização da estatal, algo contra o qual os trabalhadores também protestam na atual paralisação. “No momento da privatização, todos terão oportunidade de levar suas demandas ao Congresso Nacional”, afirmou o ministro das Comunicações.
Nas próximas semanas, o governo deve encaminhar para o Congresso um projeto de lei que estabelece o novo marco legal para o setor postal. O envio da medida é o primeiro passo para o processo de privatização dos Correios.
Trabalham nos Correios atualmente mais de 105 mil pessoas. Nos cargos mais altos, os salários chegam a R$ 50 mil, segundo fontes ligadas à estatal. E as denúncias de corrupção continuam. Este ano, no início de agosto, a Polícia Federal lançou a segunda fase da Operação Postal II, que apura indícios de fraudes de R$ 94 milhões na estatal. Em 2005, a empresa esteve no centro do escândalo do mensalão.

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