terça-feira, janeiro 31

INVERNO OU SECA?

Resultado de imagem para neto burrego
O Rio Grande do Norte passa atualmente pela mais longa e severa estiagem da história do estado. Diversos municípios estão em situação de emergência e alguns já entraram em colapso, sem abastecimento d’água. Dos 167 municípios do estado, 153 estão em situação de emergência.
De acordo com dados mais recentes da Companhia de Águas e Esgotos do estado (Caern), o abastecimento foi cortado em 18 cidades. Em outras 75, foi preciso adotar sistemas de rodízio para que a oferta não fosse totalmente cancelada.
As reservas hídricas do estado continuam em situação crítica, aponta relatório do Instituto de Gestão das Águas do Rio Grande do Norte (IGARN). Dos 47 reservatórios do estado monitorados pelo instituto, 12 permanecem em volume morto e 21 estão secos, ou seja, 70% dos açudes estão em estado crítico.
Estudos apontam também que os volumes dos três maiores reservatórios do estado continuam diminuindo. A Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, entre as cidades de Assu e São Rafael, está com 14,25% do volume total; a Barragem Santa Cruz, em Apodi, com 18,61%; e a Barragem de Umari, em Upanema, com 8,88% de sua capacidade de armazenamento.
É importante chamar a atenção de todas as instâncias no Estado para situação de emergência na gestão dos recursos hídricos dos municípios rio-grandenses, com mais de 15 em colapso total em seus abastecimentos d’água, como também facilitar os processos administrativos para desenvolver cada vez mais, melhores ações e assegurar economia d’água e consumo inteligente e racional pela população. Essas ações, são instrumentos essenciais para se conviver com a seca.
O Fenômeno La Niña pode trazer boas chuvas neste ano no Rio Grande do Norte. De acordo com as últimas análises feitas pelo setor de Meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), as previsões de inverno para este ano de 2017, são bem melhores do que as dos últimos cinco anos, período em que o RN vem amargando prejuízos causados por uma forte seca até então ininterrupta.
O prognóstico desmente boatos que vem circulando nas redes sociais de que o Rio Grande do Norte deve enfrentar mais um ano de seca em 2017. A Fundação Cearense de Meteorologia, divide a quadra invernosa em pré-estação que vai de dezembro a janeiro; estação que se refere ao período de fevereiro, março e abril; e pós estação, que corresponde a maio e junho. Neste sentido, os prognósticos apontam para probabilidade de chuvas em torno de 30% acima da média; 40% dentro da média histórica; e 30% abaixo da média, respectivamente.
O Rio Grande do Norte só está conseguindo enfrentar esses anos de seca, que corresponde a cinco anos, graças ao Governo Federal, que desde 
o primeiro ano, implantou uma rede de políticas, tem garantido a permanência da população no campo e nas cidades. Não temos assistido nos últimos tempos pessoas desesperadas migrando para capital ou outros centros em busca de alimentos, justamente, porque os programas do governo federal relacionados a esse sistema de proteção social tem sido muito eficientes, citamos o Programa Garantia Safra, Bolsa Família, Programa Nacional de Agricultura Familiar, operação carro pipa, construção de cisternas, vendas em balcão de milho, assim como um conjunto de políticas públicas para administração dos anos de seca.
O Governo do Estado, mesmo dentro de um cenário de crise econômica enfrentado por todo o país deveria ter um Plano de Convivência com a Seca - fundamental para o enfrentamento das questões climáticas e da falta de água no Estado, destacando a importância das ações emergenciais e estruturantes dentro das perspectivas a curto, médio e longo prazo, através de um plano de segurança hídrica para atender as regiões mais vulneráveis aos efeitos da seca, no entanto, contraditoriamente, nem as obras de competência do Estado, foram iniciadas para receber as águas da transposição do rio São Francisco, cuja conclusão da obra está prevista para 2018.
Poucos políticos do Estado do Rio Grande do Norte tem se preocupado com a questão da segurança hídrica, destacamos, porém, a iniciativa do deputado George Montenegro Soares, que além de alertar o Governo do Estado, através de projetos na assembleia legislativa, destinou R$ 400 mil em emenda parlamentar para recuperação do canal do Pataxó.
Diante de todo o exposto, constatamos que o Governo ao invés de ações tímidas e vacilantes, como vem acontecendo, deve estabelecer ações emergenciais e estruturantes independente das previsões, visto que não há garantias de que haverá melhoras significativas dentro da quadra invernosa para este ano. Salientamos, ainda, que previsão não é essencialmente precisão.



Antonio de Paula Batista
Economista




Nenhum comentário:

Postar um comentário