quarta-feira, maio 16

Rogério Marinho comenta situação de Carlos Eduardo na Câmara

Danilo Sá


Numa atitude aparentemente desesperada, em relação ao julgamento das suas contas pela Câmara Municipal de Natal, o ex-prefeito Carlos Eduardo (PDT) afirmou ontem, em entrevista à imprensa, que existiria um "complô político" para desaprovar suas contas e com isso impedir que seja candidato nas eleições deste ano. Segundo o ex-prefeito, o tal "complô político" seria liderado pela prefeita Micarla de Sousa, pela governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e pelo deputado federal Rogério Marinho (PSDB). 
Para o presidente do PSDB no Rio Grande do Norte, deputado Rogério Marinho, Carlos Eduardo Alves erra ao tirar o problema da Câmara Municipal, onde se encontra localizado, e jogar para outros setores da sociedade. "Esse é um problema da Câmara e do empresário Carlos Alves, que foi prefeito de Natal. Sobre isso o que tenho a dizer é que a Câmara está cumprindo seu papel constitucional e legal de julgar as contas tanto deste ex-prefeito quanto de qualquer outro que já passou ou que ainda irá passar pela Prefeitura Municipal", afirmou. 
 
Rogério Marinho disse ver com bons olhos o fato de o ex-prefeito se preocupar em dar satisfação à sociedade em relação as suas contas do exercício de 2008. "No entanto, o que aparenta é que ele está de forma deliberada tentando judicializar o processo, se fazendo de vítima, querendo alardear que o fato da Câmara julgar suas contas num julgamento onde se vota contra ou a favor, pode significar que ele deixará de concorrer a sua candidatura". 
 
Segundo Rogério Marinho, "não é se fazendo de vítima que o ex-prefeito irá demonstrar que suas contas estão legais. Ele tem que sentar de maneira objetiva e responder às denúncias imputadas, no fórum que é a Câmara". "Aliás, esse papel de vítima é um papel que o empresário Carlos Alves tem exercido nos últimos dois anos. Ele não consegue explicar, por exemplo, a questão dos medicamentos que foram jogados no lixo. Não consegue explicar as obras inacabadas, como o Parque da Cidade, inaugurado duas vezes", observou Rogério. 
 
Rogério afirma o ex-prefeito, ao contrário do que ele imagina, não está acima da lei. "Aliás, pelo fato de ter governado a cidade, ele, mais que um cidadão comum, precisa entender que deve satisfação à sociedade, e que, pela Constituição e a Lei Orgânica, o órgão que representa o poder moderador do executivo é a Câmara, e é o que a Câmara está fazendo". Para o deputado, é evidente que o empresário Carlos Alves tem dificuldade de conviver com a crítica e com quem pensa diferente dele. "Sempre que isso acontece, ele mostra falta de equilíbrio nas discussões", afirmou.
 
DEBATE
Para Rogério Marinho, o debate que deveria ocorrer diz muito mais respeito às questões relacionadas à cidade que mesmo as contas do ex-prefeito. "A população precisa de satisfação em relação ao saneamento básico, onde apenas 30% foi feito em Natal, mesmo após o ex-prefeito ter passado seis anos e meio à frente do executivo da capital. E mais: em Natal existe um órgão de regulação (ARSBAN) que, na época do ex-prefeito, em vez de cuidar do contrato com a CAERN para garantir o saneamento, foi receber recursos do Ministério do Esporte para fazer o programa Segundo Tempo. Resultado: hoje a cidade devia ter 70% de saneamento e só tem 30%", critica. 
 
Segundo Rogério, "o empresário Carlos Alves deveria dar satisfação em relação à situação precária da educação municipal, que nos últimos anos da sua gestão ficou em 27º no ranking da educação entre as capitais do país no quesito qualidade", diz Rogério. 
 
"Acho ainda que o empresário Carlos Alves precisa debater sobre um amplo programa de regularização fundiária, onde a prefeitura tem sido omissa, e hoje, 80% dos imóveis não têm escritura e a cidade cresce de forma desordenada". 
 
O deputado conclui que "nesse papel de vítima" ele tem mostrado muito desequilíbrio. "Quando passa a desqualificar as pessoas com ilações e boatos ele não se ajuda nem ajuda na transparência desse processo, claramente levanta uma cortina de fumaça. Ao invés de explicar, confunde", completa Rogério. 
 
Com relação a fazer parte de um complô, Rogério Marinho afirma que faz votos de que "o empresário Carlos Alves consiga mostra que os atos que praticou foram dentro da legalidade, porque, certamente, Natal precisa deixar de comparar o ruim com o péssimo e passar a discutir soluções objetivas para a cidade, que é o que interessa, sem dúvida alguma, para quem mora em Natal".
 
Deu no Jornal de Hoje
 
postado por Tulio Lemos

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