O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT) presta depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) nesta quarta-feira (9), a partir das 14 horas. Os questionamentos do colegiado giram em torno das ações do MST na Bahia quando Rui era governador do Estado, entre 2015 e 2022. A convocação de Rui é vista como uma derrota ao governo Lula e causa receio ao Palácio do Planalto de que as declarações de Rui possa dar munições a oposição, levando em consideração o histórico conflituoso entre ele e o MST.
A Bahia é palco de diversas invasões do MST e Rui não esconde, nem de correligionários do PT nem de aliados do Planalto, sua falta de simpatia pelo movimento.
O requerimento, para convocação do ministro foi protocolado pelo relator da comissão, o deputado e ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (PL-SP). No documento, Salles argumenta que Rui não empreendeu esforços para “impedir atos de invasões de terra nem para garantir a propriedade privada”. O relator afirmou que o governo federal é “conivente com as invasões provocadas pelo MST”, e deve questionar a interação do Planalto com o grupo durante a sessão desta quarta.
Salles ainda argumenta, conforme o Estadão, que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) monitora a atividade de grupos sem terra e, durante o governo Lula, esteve subordinado tanto ao GSI quanto à Casa Civil.
O ministro também deve ser questionado por acusações que foram feitas por três ex-integrantes do MST no extremo sul da Bahia, que foram ouvidos pela CPI nesta terça-feira. Os depoentes afirmaram que o governo da Bahia, comandado por Rui Costa, foi omisso em protegê-los durante conflitos internos que ameaçaram as suas integridades físicas.
O atrito mais recente aconteceu em maio, conforme publicado pela bahia.ba, quando o MST e o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA), uma das lideranças do grupo na Bahia, acusaram Rui de vetar representantes do movimento sem-terra no palanque do presidente Lula durante um evento do Plano Plurianual (PPA), realizado na Arena Fonte Nova. O ministro-chefe da Casa Civil negou o veto.
A convocação tem aquecido os ânimos na Câmara Federal. Nesta terça-feira (8), a Casa Baixa foi palanque de uma polêmica entre a deputada Lídice da Mata (PSB-BA), aliada de Rui, que partiu em sua defesa, após o Coronel Meira (PL-PE), durante encontro para debater CPI, chamá-lo de ladrão.
Lídice, ao recomendar que o Coronel Meira se respeitasse, o lembrou que a Constituição diz que todos na Câmara são apenas deputados e que ele utiliza o título de militar por uma permissividade da Casa. Para além, ela afirmou que um dos ex-assentados ouvidos na CPI fez acusações falsas ao atual ministro-chefe da Casa Civil.
Blog: Robson Pires
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