por Mary Zaidan
Desde que a inflação começou a mostrar dentes cada vez mais afiados e o incômodo grito de descontentes tomou as ruas, tornou-se praticamente impossível manter os disfarces que encobriam o autoritarismo e a soberba da presidente Dilma Rousseff.
Se mesmo em tempos de popularidade recorde, de Brasil grande, de massas manobradas, já era difícil aturar a fera, agora aliados e o próprio PT já não escondem o desalento nem a ira. Nessa ordem, ou vice-versa. Até o padrinho Lula sumiu.
Lançada à sua própria sorte e sem vislumbrar qualquer chama tênue capaz de clarear o fim do túnel, Dilma tem se superado na brabeza. Na quinta-feira, ao sentir seu poder de mando ameaçado, sua fúria foi tamanha que ela obrigou o vice Michel Temer e o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo a desdizerem o dito óbvio, feito horas antes, sobre a inviabilidade de se realizar às pressas um plebiscito e uma reforma política válida para as eleições de 2014.
A emenda se mostrou pior que o soneto. Assim como o remendo para consertar a equivocada Constituinte exclusiva que a presidente lançara, o pito só fez desafinar ainda mais uma orquestra que ela jamais conseguiu reger; que a engoliu, mas nunca gostou da sua batuta.
Quando fecha os olhos, Dilma deve sonhar com um batalhão de Guidos Mantegas a lhe sussurrar cantigas de roda enquanto o funk pega firme lá fora.
Fonte: Blog do Noblat
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