terça-feira, julho 16

A Consciência Política de Aluízio Alves - I Partidos Políticos: democracia ou caos

Tomislav R. Femenick - Jornalista, mestre em economia com extensão em sociologia e história, membro da diretoria do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.

Conheci Aluizio Alves em 1960, quando de sua campanha para governador do Rio Grande do Norte. Então eu era correspondente do Diário de Pernambuco e o entrevistei; da mesma forma como também entrevistei Djalma Marinho, seu concorrente. 

Arquivo TN


Fora do campo político, meu primeiro contato com Aluízio deu-se no dia 29 de abril de 1961. As chuvas daquele ano haviam destruído cerca de 600 mil toneladas de sal que estavam estocadas às margens dos rios Mossoró e Assú – quase toda a produção projetada para o ano. Para encontrar soluções para a crise do setor, houve uma reunião em Natal, da qual participaram o governador Aluízio Alves, Celso Furtado, o superintendente da Sudene, e representantes dos industriais, trabalhadores, comerciantes e transportadores do sal. Eu estava representando o Banco do Nordeste. Na ocasião foi proposta uma ideia mirabolante: em substituição às salinas existentes seria construída uma salina única, na qual a Sudene teria participação majoritária, justificando-se para isso a redução dos custos de produção e a manutenção da competitividade da indústria salineira potiguar.

Desde então, nos encontramos várias vezes, algumas para entrevistas, outras para simples conversa, das quais sempre se originavam matérias publicadas no velho jornal pernambucano ou, ainda, nos jornais O Povo, de Fortaleza, em O Mossoroense ou mesmo no Diário de Natal, matérias que nem sempre lhe eram politicamente favoráveis. Não obstante, nossas relações sempre foram cordiais. Nunca lhe pedi e nunca ele me ofereceu qualquer cargo público.

Nossas conversas renderam um vasto material, tendo por base um plano de trabalho que, inicialmente, previa só analisar a sua campanha para o governo do Estado e o seu período como governador, porém depois se expandiu por outros temas.

As declarações de Aluízio, como a série anterior, foram baseadas em anotações manuscritas (da maneira antiga)  que eu fiz no momento das entrevistas, em 2003. Originalmente, esse material era para um livro que eu escreveria: “Formação do Pensamento Político do Rio Grande do Norte”. Aluízio só me pediu que nas minhas pesquisas não o tratasse como seu amigo, já que nos conhecíamos e tínhamos amizade. Em sua opinião, a amizade poderia tirar do eixo um trabalho que deveria ser, antes de tudo, o mais impessoal possível e ter um caráter eminentemente histórico e de sociologia política.

A primeira série dessas “memórias aluizistas” foi publicada na forma de entrevista, em 2006, já depois de sua morte. Hoje se inicia uma nova série de matérias, abordando assuntos tais como: partidos políticos, política partidária, a infraestrutura econômica do Estado, governos e uso da máquina governamental, as relações institucionais, a ação social do governo, o governo militar etc. 

Fonte: Acesse o Jornal Tribuna do Norte e leia a mátéria na íntegra.

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