A Prefeitura de Natal, no Rio Grande do Norte, emitiu um decreto declarando situação de emergência devido à epidemia de dengue que assola a cidade. A medida foi publicada no Diário Oficial do Município no último sábado (2), em resposta ao aumento exponencial de casos notificados por arboviroses, especialmente dengue, nas últimas semanas.
A concentração de casos suspeitos foi identificada nas regiões Norte I e oeste de Natal, abrangendo uma população de 302.980 moradores. Entre janeiro e fevereiro, a capital potiguar registrou 692 ocorrências de arboviroses, sendo 655 casos prováveis de dengue, além de casos de chikungunya e zika, conforme dados divulgados pela Prefeitura.
O decreto, válido por 90 dias e sujeito a prorrogação, concede poderes à Secretaria Municipal de Saúde e outros órgãos da Administração Pública Municipal para adotarem medidas necessárias à recuperação da normalidade. O prefeito Álvaro Dias, do Republicanos, também anunciou uma força-tarefa para identificação e remoção de focos do mosquito Aedes aegypti, além de ações de conscientização junto à população.
O secretário de Saúde municipal, George Antunes, destacou que ações anteriores identificaram cerca de 35 mil focos do mosquito em aproximadamente 30 mil residências visitadas. Apesar do município ter recebido 18,8 mil doses de vacina contra a dengue, destinadas a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, a procura tem sido baixa, com apenas 4.800 doses aplicadas.
A situação não é exclusiva de Natal, pois pelo menos 11 cidades em São Paulo também declararam situação de emergência. A vacinação é uma das estratégias adotadas, mas os especialistas alertam que o impacto na redução de novos casos pode não ser imediato e, provavelmente, não ocorrerá neste ano.
Outros estados, como Acre, Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, Santa Catarina e o Distrito Federal, também já declararam situação de emergência diante do avanço da epidemia de dengue.
Folha de S. Paulo
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