João Guimarães Rosa, adversário de Getúlio Vargas, alista-se na polícia militar de Minas Gerais, primeiro como voluntário e, depois com a missão de médico, para combater São Paulo e o Governo Federal.
Dois anos após, deixa a medicina e faz um memorável concurso para o Itamaraty, que entusiasmou seus examinadores, sendo aprovado em segundo lugar.
Como diplomata e, anos depois, como Acadêmico, Rosa iria inserir-se na culta e admirável linhagem e dinastia dos grandes vultos da diplomacia brasileira, que transitam pelas cadeiras da Academia Brasileira de Letras.
Ele não desfechou uma revolução isolada, porque logo a seguir não esconde o seu protesto contra as injustiças sociais, das quais se torna um crítico inclemente.
No ano de 1956, por ele mesmo considerado o grande ano de sua criação literária - Rosa lança seu único romance, considerado sua obra prima: Grande sertão: Veredas, onde o autor atinge o auge do seu perfeccionismo.
Era um diplomata nato, com intensa atuação na divisão de fronteiras do Itamaraty, era impressionante a sua capacidade de ler tanto em tão pouco tempo.
Desde os últimos meses de 1957, começara a pensar em eleger-se para a Academia Brasileira de Letras e foi eleito a seis de agosto do mesmo ano para suceder João Neves, tendo Álvares de Azevedo como patrono.
Quando lhe é dada a palavra, Rosa encaminha-se para a tribuna, seu caminhar seguro e firme. Três dias depois de sua posse. Rosa estava morto.
As coronárias não haviam resistido, tantos abraços, abalos e emoções.
Este foi um sonho que não se transformou em realidade.
Simplesmente porque a morte não permitiu.
CHICO TORQUATO
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