segunda-feira, agosto 5

Bombeiros sugerem interdição

Paredes descascadas e fiação exposta. O cenário de desgaste e depredação na entrada da Casa do Estudante antecipa a situação do interior do prédio. Quartos, cozinha, sala de estudo, diretoria e, principalmente, banheiros não têm condições de serem usados. Cerca de 120 estudantes moram no local em situação difícil de sobrevivência. Diante desta situação, a Defesa Civil do Município, o Corpo de Bombeiros e a Vigilância Sanitária deram o prazo de cinco dias para que se apresente medidas que melhorem as instalações do local.

O Corpo de Bombeiros também sugeriu ao Ministério Público que tome a iniciativa de pedir a interdição da prédio, se não houver uma solução nesse prazo. Mas os estudantes afirmam que não têm para onde ir e não querem abandonar seus respectivos cursos.

Dos 100 quartos coletivos, metade estão ocupados. Não por vagas abertas, mas sim porque os outros 50 não reúnem possibilidade de habitação. Jorge Danilo, estudante de Engenharia Civil da Universidade Potiguar, está na Casa do Estudante há dois anos, mas vive mudando de quarto. “Eu estava no quarto 50, mas toda vez que chove tenho que ir para outro porque entra água”, disse. O quarto em questão apresenta alem dos buracos no telhado, mofo, lodo e fiação elétrica precária. Apesar de ter que se mudar, o quarto com goteiras é um dos preferidos de Jorge Danilo para estudar, isso porque fica longe do barulho vindo dos outros quartos que ficam um do lado do outro e sobretudo para não usar um espaço que chamam de Salão de Estudo. Este tem poucas mesas e cadeiras, o chão está sujo, têm fungos nas paredes e lodo.

Situação parecida é a na diretoria. Lá a chuva deixou a parede úmida, deixando cheiro de mofo. O chão está molhado e vários documentos de ex-estudantes que já moraram na Casa do Estudante foram perdidos em meio aos danos causados. O chão sujo também está na cozinha. O piso molhado onde estão colocadas apenas duas mesas e umas cadeiras soltas não atraem os estudantes a fazerem suas refeições no local. “As condições provocaram mudança de hábito, pois ninguém come na cozinha”, disse o atual diretor-presidente da Casa do Estudante Luís Paulo Silva. A cozinha ainda tem um buraco no teto de gesso, que desabou em 2010.

No banheiro a situação é pior. A parte de banho coletivo está com a iluminação prejudicada. Dois oito locais apropriados para a instalação de lâmpadas, apenas duas estão presentes. Muitas descargas estão quebradas.

MP moveu ação em março

O Ministério Público do Rio Grande do Norte moveu uma Ação Civil Pública contra o Estado para que o executivo retire e recoloque os estudantes em outro lugar, alem de apresentar um plano para reformas na atual Casa do Estudante. O processo de número 0801267-85.2013 de 4 de março deste ano recomendou ao estado a apresentação do orçamento e projeto básico de reforma no prazo e retirada imediata dos estudantes do local, recolocando-os em lugar adequado no prazo de 30 dias.

No dia 11 de março, o Estado, por meio do procurador de justiça Nivaldo Brum Vilar Saldanha, argumentou que a Sethas não tem a responsabilidade de reformar o prédio. 

Fonte: Tribuna do Norte

ADENDO:

É lamentável que os governantes do estado e capital do RN, continuem insensível aos cíclcos problemas da CASA DO ESTUDANTE DE NATAL, situado na praça Lins Caldas, berço da cultura e abrigo pra centenas e centenas de personalidades que fazem hoje o atual cenário politico e cultural do Rio Grande do Norte. 
Na condição de ex-residente do casarão que serviu-me de abrigo no inicio da década DE 70, registro neste comentário o meu mais veeemente protesto aos que nada fazem para melhorar as condições de habite-se da CASA DO ESTUDANTE.

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