sexta-feira, agosto 30

Deputado Ricardo Motta também poderá romper com o Governo Rosalba Ciarlini

Relação entre a governadora Rosalba Ciarlini e o presidente Ricardo Motta ficou pior depois dos cortes do Executivo ao orçamento da Assembleia Legislativa. Foto: Divulgação
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Ricardo Motta (PMN), poderá romper a qualquer momento com o governo Rosalba Ciarlini (DEM). O líder do Poder Legislativa estadual seria a quarta liderança partidária a se afastar do governo. Já se afastaram do governo o vice-governador Robinson Faria (PSD), o senador Paulo Davim (PV) e o ministro da Previdência, Garibaldi Filho (PMDB).
Nos bastidores da Assembleia Legislativa, a possibilidade de rompimento de Ricardo Motta com o governo Rosalba Ciarlini é tida como real. O sentimento que predomina é de que os políticos que querem ajudar o governo não encontram receptividade na gestão estadual. Com o próprio Ricardo Motta, aliado importante, não tem sido diferente.

No último dia 7, Ricardo fez pronunciamento discordando do corte que Rosalba fez no orçamento. Na oportunidade, o presidente da Casa pregava o diálogo para evitar a crise e o tensionamento entre os poderes. Em aparte, o deputado Fernando Mineiro (PT) chegou a afirmar que o diálogo pressupõe que as duas partes estejam interessadas. No caso do governo, porém, não houve interesse.
DESENTENDIMENTO
Se o clima entre os líderes dos poderes executivo e legislativo, desde então, já não estava bom, parece que a relação azedou mais ainda desde então. Na semana passada, Ricardo foi procurado pelo secretário-chefe do Gabinete Civil do governo do Estado, Carlos Augusto Rosado, para pedir que conversasse com os deputados acerca da importância de se aprovar um novo empréstimo – de R$ 800 milhões – para o Estado.
Diferentemente das outras vezes, nesta, Ricardo teria sido duro: disse que não era papel do presidente conversar com os deputados. “O governo tem um líder”, teria dito Ricardo, aconselhando Carlos Augusto a conversar pessoalmente com os parlamentares. Ricardo teria deixado claro que não iria fazer às vezes de chefe do Gabinete Civil ou de líder do governo para resolver questões de interesse do governo com os deputados estaduais.
CONTRIBUIÇÃO
Na Assembleia, há um consenso de que, diante das dificuldades financeiras alegadas pelo governo, a Assembleia aprovou diversos empréstimos e não se vê a aplicação dos recursos. Neste sentido, Ricardo teria considerado que não tem argumento para convencer os deputados. “O gabinete é que tem que convencer”, teria dito.
Político experiente, Ricardo sabe que já deu a parcela de contribuição que ele poderia dar ao governo. Até então totalmente desarticulado na Assembleia Legislativa, o governo só conseguiu aprovar as matérias do seu interesse através do prestígio do presidente da Casa. Assim, as matérias mais importantes do governo foram aprovadas até agora, sem nenhuma dificuldade.
Fonte: Jornal de Hoje

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