sexta-feira, outubro 26

Cordelista Antônio Francisco participa de entrega de prêmio durante a FLIQ



O cordelista mossoroense Antônio Francisco participou, na noite desta quinta-feira (25), a entrega do VI Prêmio Cosern de Literatura de Cordel, na segunda edição da Feira de Livros e Quadrinhos (FLIQ). Antônio é formado em História pela Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN) e ocupa a cadeira 15 da Academia Brasileira de Literatura de Cordel. Ele explicou que aprendeu a ler com os cordéis que o seu pai apresentava para ele, e muito aprendeu com os cantadores de viola e o músico Luiz Gonzaga.


Antônio Francisco faz parte da Academia Brasileira de Literatura de Cordel
Antônio Francisco faz parte da Academia Brasileira de Literatura de Cordel"

Apesar de toda luta que travamos para alcançar um destaque em meio à cultura popular e a desvalorização, o cordel hoje é mais brasileiro, mais robusto e consciente, antes o estado contava com 128 cordelista, hoje somamos 680", disse. "Meu avô gostava de cordel, minha avó lia cordéis, hoje são os pais e avós que vem prestigiar seus filhos ganhando prêmios", defendeu o cordelista, acreditando que hoje a juventude está tomando mais posse a cerca do assunto.

Na mesma noite, foram premiados jovens do Ensino Fundamental e Médio. "O trabalho dele é espetacular, eu admiro o modo como ele brinca com as palavras", defendeu o jovem de 14 anos Agleilson Brasil, que veio de Mossoró para ver Antônio Brasil se apresentar. "Conheci o trabalho de Antônio quando em 2008 foi indicado como leitura obrigatório para o vestibular, eu quis ler, a humildade dele é um exemplo para todos", completou Agleilson referindo-se a obra "Dez cordéis num cordel só".

O primeiro colocado no Prêmio Cosern foi o estudante de Odontologia Manoel Cavalcante, de 22 anos. Natural de Pau dos Ferros, Manoel encantou e arrancou aplausos do público que o prestigiava a segunda edição da FLIQ com os versos do cordel "A casa de minha avó". Ele tomou posse em 2011 na Cadeira de Trovas e relatou que tem, como matéria prima principal, a sua própria realidade, os pequenos fatos que agitam seu cotidiano e as memórias da infância. Questionado se hoje no Rio Grande do Norte é possível viver da Literatura de Cordel, Manuel relatou "viver de arte em qualquer lugar é difícil, no Rio Grande do Norte não é diferente. O cordel já foi Cadeira de Literatura popular na Universidade de Sorbonne, na França e aqui eu não vejo tanto espaço", criticou.

"O nosso cordel nunca vai morrer enquanto houver cordelista infiltrado com rolo de corda na mão no chão do mercado, fazendo apresentação", recitou Antônio Francisco em meio a uma chuva de aplausos encerrando a noite de premiações da FLIQ.

 
Com informações da Agência FOTEC



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