Brasília (AE) - Blindado pela base aliada no Congresso, o ministro do Esporte, Orlando Silva, será investigado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel. "O que se alega, com base naquela pessoa que prestou as informações, teríamos, sem dúvida nenhuma, a prática de crime. Agora é preciso verificar se isso é verdade ou não, se procede ou não. O ministro nega peremptoriamente, mas os fatos em tese constituem, sim, crime", afirmou o procurador-geral.
Fonte: Tribuna do Norte
José Cruz/ABrOrlando Silva afirma que denúncia é fundada em mentiras
O procurador disse que os fatos relatados pelo policial militar João Dias Ferreira sobre um suposto esquema de propina em tese constituem crime. Gurgel explicou que fará a investigação a pedido do próprio Orlando Silva e de partidos de oposição.
Sobre a compra do terreno em Campinas, o procurador disse que vai analisar os fatos e se estiverem comprovadas as irregularidades pode ficar configurado "crime ou apenas um ato de improbidade".
Indagado sobre o motivo de outras investigações contra autoridades ainda não terem obtido resultados, Gurgel afirmou: "O tempo do Ministério Público e do Judiciário, pelas cautelas que deve envolver uma investigação, é mais dilatado que o tempo da imprensa. Ele não tem a rapidez que talvez fosse desejada por outros setores, mas temos que fazer as investigações com o cuidado devido."
Se o procurador-geral concluir que há indícios de crime, poderá pedir a abertura de um inquérito formal no Supremo Tribunal Federal (STF). Como é ministro de Estado, Orlando Silva somente pode ser investigado perante o STF. Isso ocorre porque as autoridades têm o direito ao foro privilegiado no Brasil.
Após as investigações, se Gurgel entender que há fundamento nas acusações, poderá requerer a instauração de uma ação penal contra Orlando Silva. Com a abertura do processo criminal, o investigado passa para a condição de réu.
Na segunda-feira, a Comissão de Ética Pública da Presidência encaminhou um pedido de explicações ao ministro. De acordo com o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente da Comissão, Sepúlveda Pertence, os fatos revelados exigem "explicações cabíveis". A comissão ainda não abriu procedimento disciplinar contra o ministro e aguarda a defesa de Orlando Silva para decidir sobre o assunto.
Policial afirma ter provas do esquema de corrupção
Brasília (AE) - O policial militar João Dias Ferreira reuniu-se ontem a portas fechadas com parlamentares da oposição no Congresso e reafirmou as acusações contra o ministro do Esporte, Orlando Silva. Logo depois, em entrevista coletiva, repetiu a versão de que o ministro está envolvido num esquema de corrupção na pasta.
"A verdade é única. Não existem duas verdades. Não tenho pressa nenhuma", afirmou. E avisou: "As coisas não estão encerrando aqui. Tem muita água para rolar, muitos acontecimentos virão". Segundo ele, são mais de "trezentas caixas pretas" no Esporte. "Sou apenas a primeira peça do dominó", disse. "As provas são naturais. As provas são os documentos fraudulentos", ressaltou.
Na reunião, ele voltou a dizer que se encontrou com Orlando Silva em março de 2008, quando, segundo ele, o ministro teria feito uma proposta de acordo para que o esquema no Programa Segundo Tempo não fosse denunciado. Repetiu ainda que, duas semanas depois daquele encontro, voltou ao ministério para uma nova reunião com dirigentes da pasta. De acordo com Ferreira, essa conversa foi gravada e entregue a um veículo de imprensa.
A conversa dele com a oposição ocorreu no gabinete da liderança do PSDB no Senado no mesmo momento em que Orlando Silva realizava seu depoimento à Câmara dos Deputados. O encontro durou pouco mais de duas horas. Segundo os parlamentares, ele voltou a dizer que tem provas do esquema. "O depoimento dele é estarrecedor. Ele (João Dias) traz detalhes e informações que não constam da imprensa, demonstra existência de provas materiais inegáveis das denúncias, não apenas contra o ministro, mas contra todo o ministério. Isso tem de ser de conhecimento do Brasil", disse o líder do DEM na Câmara,
Ministro dos Esportes garante que acusação é narrativa falsa
Brasília (AE) - Em depoimento de pouco mais de três horas na Câmara, o ministro do Esporte, Orlando Silva, insistiu na tese de que é uma "narrativa falsa, fundada em mentiras e inverdades" o seu envolvimento num esquema de desvio de verbas públicas. Debaixo de aplausos e por vezes até ovacionado, o ministro foi elogiado por sua postura "transparente" tanto pelos aliados quanto por parte da oposição.
Os tucanos também defenderam o ministro. Delegado da Polícia Federal, o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) destacou não ver culpa nos olhos de Orlando Silva. "Estou acostumado a ouvir bandido e não vi traço de alguém que recebeu pacote de dinheiro " Carlos Sampaio (PSDB-SP) foi outro que aproveitou sua fala para elogiar a atuação do ministro. "A postura de Vossa Excelência bate com o que espero de um ministro de Estado. Seja pela transparência, seja por sua atitude republicana", disse.
Orlando contou com a "proteção" de líderes de quase todos os partidos da base que se revezaram nos microfones fazendo sua defesa. "A fala de Vossa Excelência aqui encerra este debate. Quero que volte outras vezes para falar da Copa e das Olimpíadas", arrematou o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP).
O ministro se referiu a Dias Ferreira como "criminoso" e uma "fonte bandida". Ressaltou que o policial não apresentou ainda provas sobre as acusações. "Até aqui esse desqualificado falou e não provou. Não provou porque não tem provas. Quem tem provas do malfeito sou eu e estão aqui. Foi tudo encaminhado ao Tribunal de Contas da União."
Dias Ferreira é acusado de desviar recursos de dois convênios firmados por duas entidades com o Ministério do Esporte.
Sobre a compra do terreno em Campinas, o procurador disse que vai analisar os fatos e se estiverem comprovadas as irregularidades pode ficar configurado "crime ou apenas um ato de improbidade".
Indagado sobre o motivo de outras investigações contra autoridades ainda não terem obtido resultados, Gurgel afirmou: "O tempo do Ministério Público e do Judiciário, pelas cautelas que deve envolver uma investigação, é mais dilatado que o tempo da imprensa. Ele não tem a rapidez que talvez fosse desejada por outros setores, mas temos que fazer as investigações com o cuidado devido."
Se o procurador-geral concluir que há indícios de crime, poderá pedir a abertura de um inquérito formal no Supremo Tribunal Federal (STF). Como é ministro de Estado, Orlando Silva somente pode ser investigado perante o STF. Isso ocorre porque as autoridades têm o direito ao foro privilegiado no Brasil.
Após as investigações, se Gurgel entender que há fundamento nas acusações, poderá requerer a instauração de uma ação penal contra Orlando Silva. Com a abertura do processo criminal, o investigado passa para a condição de réu.
Na segunda-feira, a Comissão de Ética Pública da Presidência encaminhou um pedido de explicações ao ministro. De acordo com o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente da Comissão, Sepúlveda Pertence, os fatos revelados exigem "explicações cabíveis". A comissão ainda não abriu procedimento disciplinar contra o ministro e aguarda a defesa de Orlando Silva para decidir sobre o assunto.
Policial afirma ter provas do esquema de corrupção
Brasília (AE) - O policial militar João Dias Ferreira reuniu-se ontem a portas fechadas com parlamentares da oposição no Congresso e reafirmou as acusações contra o ministro do Esporte, Orlando Silva. Logo depois, em entrevista coletiva, repetiu a versão de que o ministro está envolvido num esquema de corrupção na pasta.
"A verdade é única. Não existem duas verdades. Não tenho pressa nenhuma", afirmou. E avisou: "As coisas não estão encerrando aqui. Tem muita água para rolar, muitos acontecimentos virão". Segundo ele, são mais de "trezentas caixas pretas" no Esporte. "Sou apenas a primeira peça do dominó", disse. "As provas são naturais. As provas são os documentos fraudulentos", ressaltou.
Na reunião, ele voltou a dizer que se encontrou com Orlando Silva em março de 2008, quando, segundo ele, o ministro teria feito uma proposta de acordo para que o esquema no Programa Segundo Tempo não fosse denunciado. Repetiu ainda que, duas semanas depois daquele encontro, voltou ao ministério para uma nova reunião com dirigentes da pasta. De acordo com Ferreira, essa conversa foi gravada e entregue a um veículo de imprensa.
A conversa dele com a oposição ocorreu no gabinete da liderança do PSDB no Senado no mesmo momento em que Orlando Silva realizava seu depoimento à Câmara dos Deputados. O encontro durou pouco mais de duas horas. Segundo os parlamentares, ele voltou a dizer que tem provas do esquema. "O depoimento dele é estarrecedor. Ele (João Dias) traz detalhes e informações que não constam da imprensa, demonstra existência de provas materiais inegáveis das denúncias, não apenas contra o ministro, mas contra todo o ministério. Isso tem de ser de conhecimento do Brasil", disse o líder do DEM na Câmara,
Ministro dos Esportes garante que acusação é narrativa falsa
Brasília (AE) - Em depoimento de pouco mais de três horas na Câmara, o ministro do Esporte, Orlando Silva, insistiu na tese de que é uma "narrativa falsa, fundada em mentiras e inverdades" o seu envolvimento num esquema de desvio de verbas públicas. Debaixo de aplausos e por vezes até ovacionado, o ministro foi elogiado por sua postura "transparente" tanto pelos aliados quanto por parte da oposição.
Os tucanos também defenderam o ministro. Delegado da Polícia Federal, o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR) destacou não ver culpa nos olhos de Orlando Silva. "Estou acostumado a ouvir bandido e não vi traço de alguém que recebeu pacote de dinheiro " Carlos Sampaio (PSDB-SP) foi outro que aproveitou sua fala para elogiar a atuação do ministro. "A postura de Vossa Excelência bate com o que espero de um ministro de Estado. Seja pela transparência, seja por sua atitude republicana", disse.
Orlando contou com a "proteção" de líderes de quase todos os partidos da base que se revezaram nos microfones fazendo sua defesa. "A fala de Vossa Excelência aqui encerra este debate. Quero que volte outras vezes para falar da Copa e das Olimpíadas", arrematou o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP).
O ministro se referiu a Dias Ferreira como "criminoso" e uma "fonte bandida". Ressaltou que o policial não apresentou ainda provas sobre as acusações. "Até aqui esse desqualificado falou e não provou. Não provou porque não tem provas. Quem tem provas do malfeito sou eu e estão aqui. Foi tudo encaminhado ao Tribunal de Contas da União."
Dias Ferreira é acusado de desviar recursos de dois convênios firmados por duas entidades com o Ministério do Esporte.
Fonte: Tribuna do Norte
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