terça-feira, abril 21

A VEZ E A HORA DOS MUNICÍPIOS

CARLOS CHAGAS  
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    Nunca é demais lembrar o  provérbio árabe de que “bebe água limpa quem chega primeiro na fonte”. Sua aplicação ajusta-se às eleições  municipais do ano que vem, não apenas  o ensaio geral das  eleições estaduais e nacional de 2018, mas uma empreitada em si mesma imprescindível.  Não se tem  notícia de que PT, PMDB, PSDB e outros  partidos estejam cuidado de preparar-se, tanto para selecionar seus  candidatos às prefeituras das capitais e das grandes cidades   quanto para preparar suas representações nas  câmaras de  vereadores. Quem puder demonstrar vitalidade no plano municipal terá avançado no rumo de tornar o país mais equânime, justo e viável. Oportunidade ímpar surge na hora em que o  Congresso, mais uma vez, lança-se na tentativa de realizar a  sempre tão falada e jamais realizada reforma política. Tanto faz se haverá ou não  redução do número de partidos. Com ou sem cláusula de barreira, se os chamados grandes partidos não se esforçarem para viabilizar  2016 em outros termos,  perderão espaço para dois anos depois.
    Seria fundamental para todos começar a elaborar programas para os municípios. Demonstrar que sem ampla mudança nas regas  fiscais, eles continuarão a arrastar-se na falta de recursos e no endividamento crescente. Hoje, não há um só prefeito, dos eleitos e dos reeleitos em 2012, do qual se diga estar cumprindo suas promessas de campanha e recebendo a aprovação da maioria dos habitantes de suas cidades. Nas capitais, como  nos municípios menores, as  necessidades ultrapassam de muito as possibilidades de seus gestores.
    Caberia aos partidos, desde já, equacionar soluções  institucionais, para  inverter o jogo  e promover a redenção dos municípios. Já lembrava o dr. Ulysses que ninguém mora na nação ou no estado, mas na cidade.  Torna-se necessário ouvir as associações municipalistas, dar a elas sua devida importância e colher, nelas, subsídios para a reforma dos instrumentos de ação local, tão ou mais importantes do que os estaduais ou  nacionais. Boa parte dos deputados e senadores,  assim como dos governadores, já foram prefeitos. Disporão de experiência e conhecimento  bastantes para agir  no plano de uma  reforma política voltada para as  carências municipais.
    CADEIA NELES
    As  sucessivas  denúncias de roubalheira em setores diversos da administração federal estão exigindo mais empenho dos tribunais na função de mandar apurar e, conforme o  caso, julgar e punir com mais rapidez seus responsáveis.  A Polícia Federal e o Ministério Público, mesmo de vez em quando se estranhando, cumprem o seu dever. Juízes  de primeira instância, como  Sergio Moro, também.  Falta, porém, celeridade aos tribunais, começando pelo Supremo. Sabemos que o ritmo é outro, determinado pela vasta quantidade de recursos legais postos à disposição dos réus, mas, mesmo assim, tardam decisões.  

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