sexta-feira, novembro 16

Em reação à nota do PT, PSDB enaltece o STF

Josias de Souza


Um dia depois de o PT divulgar uma nota acusando o STF de julgar o mensalão politicamente e condenar sem provas, o PSDB veiculou nesta quinta (15) uma espécie de contranota. Assinado por seu presidente, o deputado Sérgio Guerra (PE), o tucanato faz rasgados elogios ao Supremo.


“…O PSDB vem a público para saudar o trabalho do Supremo Tribunal Federal que, como bem ressaltou ontem o ministro Carlos Ayres Brito em sua despedida da presidência da Suprema Corte, está mudando a cultura do país, à luz da Constituição, garantindo que a lei seja aplicada a todos, mesmo que sejam ricos ou poderosos.”

Sem mencionar o documento do PT, o PSDB refuta a tese petista de que o julgamento produziu insegurança juridica. “O Supremo Tribunal Federal vem cumprindo o seu papel e tem contribuído enormemente para o fortalecimento das nossas instituições e da democracia no Brasil.
O julgamento do mensalão honra as instituições brasileiras e aponta na direção de um país mais igual, no qual a impunidade não prevalece.”

Em arremate, a nota tucana declara apoio incondicional à suprema corte brasileira. “O PSDB reconhece o papel do STF e o apoia, em qualquer hipótese, no cumprimento de seu papel institucional.
Estaremos sempre ao lado daqueles que querem um Brasil mais transparente e sem privilégios.”

Corre no Supremo a ação penal que trata do mensalão do PSDB de Minas Gerais. Conforme noticiado aqui, o caso é semelhante ao que envolve o PT –o mesmo operador (Marcos Valério), a mesma instituição financeira (Banco Rural) e os mesmos métodos (empréstimos simulados, para encobrir desvios de verbas públicas).

Protagonista do processo, o deputado Eduardo Azeredo (MG), ex-presidente do PSDB federal, deve ser julgado no primeiro semestre de 2013. Mantido o paradigma que muda “a cultura do país” e garante que “a lei seja aplicada a todos, mesmo que sejam ricos ou poderosos”, não são negligenciáveis as chances de condenação. Espera-se que o PSDB conserve, então, o apoio ao “papel institucional” do STF.

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