O petista demorou menos de 100 dias para aderir a tudo aquilo que criticou durante a campanha
Em um passado não tão distante, Lula considerava uma “podridão” o uso de dinheiro público para bancar os pleitos de deputados e senadores aliados ao governo e uma “excrescência” a falta de transparência na distribuição dessas verbas. Para o petista, o caso que ficou conhecido como orçamento secreto — mecanismo que permitiu ao governo Bolsonaro repassar a parlamentares bilhões de reais em emendas sem que o nome dos verdadeiros beneficiados fosse divulgado — representava o “maior esquema de corrupção da história do país”.
E o mandachuva de tudo isso, segundo ele, tinha nome, sobrenome e até apelido, o “imperador” Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados.
As declarações, repetidas incansavelmente durante as eleições do ano passado, eram aplaudidas por apoiadores. Fim da campanha, o petista demorou menos de 100 dias para aderir a tudo aquilo que criticou.
Lula conhece como poucos os caminhos, as dificuldades e também as armadilhas da negociação política. Sabe que ter uma base de apoio sólida no Parlamento é essencial — e vital — para o bom funcionamento de qualquer governo.
Em seu terceiro mandato, o presidente está diante de um Congresso mais conservador, teoricamente de maioria oposicionista. Pelas contas do governo, apenas 200 dos 513 deputados federais são efetivamente aliados do Planalto.
No Senado, o desequilíbrio de forças é um pouco menor.
Metade dos 81 senadores, em tese, marcharia hoje com o governo.
São números frágeis demais para iniciar a discussão de projetos polêmicos como, por exemplo, o da reforma tributária, que precisaria dos votos de, no mínimo, 308 deputados e mais 49 senadores para ser aprovado.
Em busca de uma solução rápida para inverter esse cenário adverso, o Planalto optou por usar o Diário Oficial.
Em outras palavras, vai lançar mão das verbas e de cargos para tentar cabalar apoio.
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