Sendo um dos herdeiros do espólio de Mathias Nereu de Oliveira Lacerda, ainda não tinha me manifestado a respeito da invasão do MST localizado na propriedade Arraial.
Sei que o acampamento se deu forma indevida e desproporcional ao que realmente condiz com o espirito ideológico de lutas desta parcela de seres humanos.
A propriedade que foi deixada por nossos ancestrais, é uma gleba de módulo minifúndio, fora totalmente dos pré-requisitos de ocupação por parte do militantes do MST.
Todavia, cavalheirosamente até agora pouco caso fizemos deste uso indevido do nosso privado território.
Mas algumas controvérsias de ordem socialmente desigual, vem ocorrendo entre os que ali postulam uma feira mensal do Incra ou até mesmo uma moradia digna pra servir de teto com uma faixa de terra para produção.
Por acaso, dei hoje uma carona a uma mulher ainda bastante jovem, conduzindo uma sacola com alguns produtos alimentares, arranjados com familiares na cidade de Pendências.
Indaguei onde morava, disse que era uma desafortunada do destino, não tendo onde morar, sobrevivendo de 77 reais de uma bolsa família e alguns trocados ganhos pelo o marido em trabalho avulso.
Chegou defronte ao acampamento pediu parada para descer, antes havia me dito que estava ameaçada por uma líder do movimento sem terra que estava lhe pressionando para abandonar a barraca em que vive naquele precário lugar. Perguntei a origem da ameaça. ela disse que acha é por causa de algum mexerico feito contra ela ou por vias das dúvidas por não poder contribuir com uma taxa cobrada por esta representante, quando tem que se deslocar pra Natal, Brasilia ou outro estado brasileiro. Práxis feita por alguns moradores que possuem automóvel, casa de morada na cidade Carnaubais, alguns comerciantes e outros que tem até aposentadoria. A inquilina que dei carona, me fez um diagnóstico completo da situação, por questões de apreço com algumas pessoas que conheço abrigado ali, não vou revelar o nome de ninguém inclusive manter no calado ( por enquanto) da pessoa que se diz comandante do acampamento.
Como todos são filhos de Deus e lutam por uma só causa, peço respeito as dificuldades da pessoa que me repassou tais informações, caso contrário reunirei os restantes dos herdeiros e iremos a promotoria pública pedir a reintegração de posse. Iremos travar uma batalha judicial para ver desocupado o que nos pertence.
Se todos estão aí, aguardando uma desapropriação legal, numa área de latifúndio, tudo bem, continuaremos com a mesma tolerância inicial, contando que respeite a fragilidade da pobre mulher que está convivendo num pedaço de terra que ainda tem donos e sensibilidade pra tomar tais decisões.
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