Foto: Magnus Nascimento
O primeiro dia de greve na rede estadual de ensino do Rio Grande do Norte foi de avaliação por parte dos professores sobre a adesão ao movimento. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do RN (Sinte-RN), os trabalhadores foram às escolas na manhã desta quarta-feira (26) para discutir como seria feita a participação. Ontem, a reportagem visitou três unidades de ensino localizadas na zona Sul da capital e, em uma delas, a Escola Estadual Walfredo Gurgel, em Candelária, as aulas foram mantidas integralmente e devem continuar assim ao longo da semana. A unidade irá avaliar a possibilidade de os professores efetivos aderirem à paralisação apenas depois do Carnaval.
De acordo com Socorro Morais, diretora da Walfredo Gurgel, dos 18 docentes da escola, oito são temporários e, portanto, não poderão fazer greve. “Vamos avaliar os efeitos na próxima semana, depois do recesso de Carnaval e, só, então, devem definir a participação na paralisação”, disse Morais. Nas escolas Floriano Cavalcanti (Floca), em Mirassol, e Luís Antônio, em Candelária, não houve aulas nesta quarta-feira. No Floca, a adesão foi integral. Os professores se reuniram ao longo da manhã apenas para discutir pontos das reivindicações que motivaram o movimento paredista.
Na Luís Antônio também houve adesão total, mas a direção da escola não quis fornecer maiores detalhes da situação. A greve por tempo indeterminado na rede estadual de ensino foi deflagrada na tarde da terça-feira (25). A categoria exige, em contraproposta ao Governo do RN, o reajuste do Piso Salarial de 6,27% para o mês de março, além do pagamento do retroativo acumulado entre fevereiro e março. No último dia 19, os profissionais da educação rejeitaram a proposta oferecida pelo Governo do Estado, que propôs o aumento salarial de 2% em março e 4,27% em dezembro de 2025, além da implantação do piso salarial para toda a categoria, inclusos ativos e aposentados.
A TRIBUNA DO NORTE procurou a Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e do Lazer (SEEC/RN) e o Sinte-RN para obter um posicionamento sobre as negociações, bem como um panorama acerca da adesão ao movimento paredista. Tanto a Secretaria quanto o Sindicato informaram ainda não ser possível um levantamento sobre o número de escolas e alunos afetados e de professores que aderiram à paralisação.
“A SEEc está monitorando junto às [diretorias] regionais, mas ainda não é possível obter dados porque a categoria está discutindo o movimento com a comunidade escolar”, esclareceu a SEEC. O Sinte informou que os professores foram às unidades de ensino nesta quarta fazer as comunicações sobre a greve, mas disse que não existe ainda um panorama sobre a adesão. “As regionais é que farão esse levantamento, com base em um calendário criado pelo movimento. Creio que, somente na próxima semana, tenhamos números”, explicou Erlon Araújo, que compõe a direção do Sinte.
Para esta quinta-feira (27), está prevista uma reunião de comando de greve entre 9h e 15h para uma análise sobre o primeiro dia de suspensão das aulas. Em 7 de março haverá uma assembleia para avaliação da greve. No dia 11 está agendado um ato na Governadoria, às 9h. A TN questionou a SEEC sobre o andamento das negociações, mas a pasta reforçou apenas o posicionamento feito na terça, por ocasião do início do movimento.
“Em decorrência de uma ação do Ministério Público, o governo tem tratado com toda prioridade e transparência através do diálogo constante com o MP e o Sindicato dos Professores, num esforço contínuo de manter a aplicabilidade do piso como vem sendo feito desde o início do mandato assegurando os princípios da integralidade e da paridade salarial. Nesse contexto, já foram realizadas diversas reuniões e apresentadas propostas ao Sindicato da categoria com o objetivo de assegurar um reajuste de 6,27%, o que, ao final de 2025, resultará em um ganho acumulado de 98,25%, considerando o período de 2019 a 2025. Este reajuste com base na Lei 11.738, a qual instituiu o piso salarial nacional, representa uma conquista histórica para a categoria e o compromisso do governo com a valorização dos educadores”, pontuou a SEEC.
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