quarta-feira, julho 31

A FORMIGUINHA

 



Muitas vezes, de onde menos se espera recebemos uma lição de vida. Estava sentado na porta de casa e vi uma formiguinha carregando uma folha que deveria ter no mínimo vinte vezes o seu tamanho e peso. Fazia aquela tarefa com muita dificuldade, empurrando ou carregando sobre a cabeça. Por vezes o vento derrubava a formiga e a folha. Foram muitos os tropeços e recomeços. Pensei em interferir ajudando de algum modo. Mas como? Talvez, se agisse eu poderia até mesmo dificultar ainda mais o trabalho dela. Resolvi continuar observando. Os empecilhos que ela encontrou não foram suficientes para lhe provocar desânimo. Por fim alcançou um pequeno buraco que supus ser a porta do seu habitar. Que ser formidável, pensei. Quanta obstinação. Na verdade, ela apenas tinha acabado uma etapa do seu trabalho. A folha era muito maior que a entrada do formigueiro e ela precisava colocá-la para dentro, ela largou a carga ali fora e entrou. Na hora pensei no velho ditado popular " nadou, nadou, e morreu na praia." Surpreendente, um batalhão de formigas surgiu do buraco, começou a desmembrar a folha e pequenos pedaços e transporta-los para seu interior. Pareciam estar alegres e em pouco tempo todos os pedaços da folha e as formigas desaparecerem. Tudo acabou. Porém, continuei sentado alí na porta da casa absorto e a refletir sobre aquele ensinamento. Quantas vezes desanimamos diante do tamanho da tarefa ou dificuldades? Quantas vezes nos falta persistência, força ou determinação? É muito comum acharmos que recebemos um fardo maior do que podemos suportar. Agradeci a Deus por ter colocado a formiguinha na minha porta para mostrar que sonhos não morrem, apenas adormecem na alma da gente aguardando para ser realizado. Reflita isso...

CHICO TORQUATO

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