Dona Emília Amália de Azevedo com seus filhos, os escritores Aluísio e Arthur de Azevedo, por volta de 1870. São Luiz, Maranhão.
Emília Amália Pinto Magalhães de Azevedo(1818/1880), nascida em Lisboa, filha de um bem sucedido comerciante, viveu sua adolescência e juventude em São Luiz do Maranhão, se casou aos 17 anos com o rico comerciante português Antonio Joaquim Neto, que a tratava com brutalidade.
Emília Amália, surpreendeu seu marido, sua família e toda a boa sociedade de São Luiz ao abandonar o marido, levando consigo a filha pequena, primogênita do casal. A sociedade ficou escandalizada com a Senhora Dona Emília Amália e passou a repudia-la.
Passou a viver com o chanceler do consulado português David Gonçalves de Azevedo provocando outro escândalo, atraindo novamente a hostilidade da sociedade maranhense contra Emília Amália. Apesar de o vice-consul ser viúvo. tiveram de viver amancebados, pois a senhora ainda era casada com seu abandonado marido.
Com David teve cinco filhos: Arthur Nabantino Gonçalves de Azevedo, Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo, Américo Garibaldi Gonçalves de Azevedo, Emília (...) Gonçalves de Azevedo, Camila (...) Gonçalves de Azevedo. Casaram-se posteriormente, após a morte na na Corte, de febre amarela, de primeiro marido. Havia na casa de David Gonçalves de Azevedo e Emília uma verdadeira escola paralela com uma pedagogia moderna onde o teatro desempenhava um papel predominante na formação das crianças. Não se tratava apenas de apresentar peças escritas por autores conhecidos, mas de conceber interiormente o espetáculo. Arthur Azevedo, a alma do grupo, criou sua primeira peça e declarou seus primeiros versos no teatro improvisado na varanda da casa do pai.
Segundo Dunshee de Abrantes, quando Aluísio estava escrevendo o romance o Mulato, em 1880, foi ela, mãe do romancista, que fez as primeiras leituras do manuscrito, dizendo ao filho " Perdoa Ana Rosa. Ela é apenas vítima do cativeiro da mulher maranhense."
Seus filhos, Arthur e Aluísio Azevedo, eram do grupo fundador da Academia Brasileira de Letras.
Brasil Imperial.
CHICO TORQUATO
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