A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro aprovou nesta quarta-feira (18) o relatório da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) que, entre outros pontos, pede o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outras 60 pessoas. O documento recebeu 20 votos favoráveis e 11 contrários.

A aprovação do relatório representa uma vitória para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que incialmente era contrário à instalação da CPMI. A lista de pedido de indiciamentos blindou nomes do governo petista e incluiu auxiliares diretos do ex-presidente Bolsonaro, como ex-ministros, parlamentares, militares e empresários.

Estão nela o tenente-coronel Mauro Cid, os generais e ex-ministros Walter Braga Netto e Augusto Heleno, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e os ex-comandantes da Marinha Almir Garnier Santos e do Exército Marco Antônio Freire Gomes, além da deputada Carla Zambelli (PL-SP).

No relatório, Eliziane afirma que os atos do 8 de janeiro foram resultado da “omissão do Exército” diante dos acampamentos golpistas e da “ambiguidade” de notas oficiais das Forças Armadas, que acabaram servindo de estímulo a quem atacava a democracia.

A oposição chegou a apresentar um relatório paralelo onde pedia o indiciamento de diversos nomes do atual governo, entre eles do ministro da Justiça, Flávio Dino, e do próprio presidente Lula por suposta omissão nos atos golpistas na Praça dos Três Poderes. O texto, no entanto, nem chegou a ser colocado em votação.

“Nenhum dos indiciamentos desse relatório veio sem o devido levantamento de provas materializadas, seja por cruzamento de informações e dados, porque nós quebramos sigilos bancários telefônicos fiscais e fizemos uma leitura apurada. Os indiciamentos que estão aqui consignados deste relatório contam com respaldo e com muita fundamentação”, defendeu Eliziane Gama.

O conteúdo do parecer aprovado pela CPMI será agora enviado a diversos órgãos que avaliam e decidem pela apresentação de denúncias baseadas nele. Entre as instituições para as quais o documento é encaminhado estão órgãos policiais, o Ministério Público e a Advocacia-Geral da União (AGU).

Com informações de O Antagonista