O prefeito Allyson Bezerra (União) é o primeiro chefe de executivo do Rio Grande do Norte a chegar a elite política do Estado pelos caminhos das redes sociais e sem o uso de sobrenome tradicional.
A trajetória dele em si é soberba.
Em 2018, saiu da condição de um desconhecido sindicalista para deputado estadual. Em 2020, saiu de azarão a de jovem prefeito que destronou a mais longeva dinastia política do Rio Grande do Norte: os Rosados.
É normal que tanto sucesso suba a cabeça de alguém que fez antes dos 30 anos o que muito passaram a vida inteira tentando fazer, inclusive alguns com sobrenome Rosado.
O prefeito adotou um estilo histriônico, que se assemelha e muito com os tipos da extrema-direita mundo a fora como Donald Trump, Xavier Milei e Jair Bolsonaro. Sejamos justos num ponto: Allyson poupa nossos ouvidos das barbaridades que o trio citado costuma dizer nas entrevistas. Não posso afirmar se pensa parecido como eles, mas ao menos ele evita esses temas.
Se Bolsonaro tem a “arminha”, Allyson tem o punho cerrado que nem um lutador de boxe. Se Trump e Milei têm as cabeleiras exóticas, ele adota do chapéu de vaqueiro para ficar com cara de povão.
Tem sido comum o prefeito fazer performances em eventos públicos como fazem os políticos de extrema direita. Ele sabe que essa turma trata a política como espetáculo, um entretenimento que se converte em votos.
No álbum de votos do prefeito no Facebook é comum encontrar imagem dele dando saltos e neste final de semana ele apareceu fazendo flexões (lembra alguém) para mostrar que está em forma durante uma corrida em alusão ao Dia do Servidor.
Na sexta-feira, Allyson passou do ponto na arte de fazer da política um espetáculo. Em um evento formal como a abertura da 35ª edição da Feira Industrial e Comercial da Região Oeste (FICRO) ele apareceu como o aparato de campanha, trouxe a claque e ao ser vaiado por guardas municipais ficou dando pulinhos que soaram como deboche. Enquanto os trabalhadores se manifestavam ele fez uma selfie com eles ao fundo.
O prefeito foi chamado de “moleque”, adjetivo que se soma ao de “mentiroso” pelo descumprimento de acordos.
A política vem sendo cada vez mais espetacularizada nos últimos anos, Allyson entendeu isso bem e explora as possibilidades desta espetacularização como poucos… mas tudo demais é veneno.
Alguém precisa avisar ao prefeito que ter mais de 80% de aprovação não lhe dá o direito de ser ridículo.
Blog: Bruno Barreto
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