sábado, fevereiro 1

"Ninguém solta a mão de ninguém" embala protesto contra Previdência de Fátima

"Ninguém solta a mão de ninguém" embala protesto contra Previdência de Fátima
Um artigo escrito por uma professora da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN) dá o tom de como tem sido a difícil missão da governadora Fátima Bezerra (PT) de aprovar uma reforma da Previdência que ela tanto criticou como senadora e também como governadora, quando o Governo Bolsonaro enviou o projeto de reforma para o Congresso Nacional.
A frase “Ninguém solta a mão de ninguém” é o título do artigo da professora doutora especialista em Previdência Pública Rivânia Moura, do Departamento de Serviço Social da UERN. A expressão viralizou nas redes sociais em 2018, sempre usada por adeptos da esquerda, logo quando saiu o resultado nas urnas, com a vitória do presidente Jair Bolsonaro contra o candidato do PT, Fernando Haddad. Curiosamente, agora a frase tem sido dita para combater um projeto de uma governadora de esquerda, Fátima Bezerra.
No artigo, a professora faz um histórico da Previdência no Brasil e diz que ela é “sinônimo de sobrevivência”. Sobre a proposta de reforma apresentada por Fátima, a doutora da UERN afirma que as medidas implicam em “precarização das condições de vida e de trabalho dos servidores públicos”.
“Assim como no início e em toda história do capitalismo não existe vitória dos trabalhadores sem luta, não existe direitos sem luta. Agora vamos fortalecer nossa unidade pra não perder o mínimo que ainda temos.”, encoraja a professora.
Leia a íntegra do artigo:
O sistema de previdência social em todos os países onde foi criado veio como resposta à reivindicações dos trabalhadores e trabalhadoras. Foi a primeira política social regulamentada por ser também objeto de pressão da classe trabalhadora que já entendia que previdência é sinônimo de sobrevivência. Vivenciamos desde a década de 1990 no Brasil um desmonte da previdência pública que atingiu sucessivamente os trabalhadores das empresas privadas e os trabalhadores do serviço público.
Em 2020 o governo do estado do Rio Grande do Norte apresenta uma proposta de “Reforma” da Previdência que combina pontos como: aumento da idade e tempo de contribuição das aposentadorias; diminuição do valor das aposentadorias; redução de 50% no valor das pensões; aumento da alíquota de contribuição para os trabalhadores da ativa e os aposentados. O conjunto dessas medidas implica em precarização das condições de vida e de trabalho dos servidores públicos. Ademais, o aumento da alíquota que vai de 12% até 18,5% significa de imediato rebaixamento dos salários e aposentadorias. Vale ressaltar que os aposentados já contribuíram durante toda sua vida laboral e agora terão de voltar a contribuir para a previdência. É injusto, cruel e inaceitável. A quase totalidade dos trabalhadores do estado do RN estão a 9 ou 10 anos sem reposição da inflação e ainda se encontram com salários atrasados.
Assim como no início e em toda história do capitalismo não existe vitória dos trabalhadores sem luta, não existe direitos sem luta. Agora vamos fortalecer nossa unidade pra não perder o mínimo que ainda temos.
Vamos juntos, firmes e com coragem resistir e lutar!
Rivânia Moura
Profa Doutora do Depto. Serviço Social da UERN e especialista em Previdência Pública


Fonte: Portal Grande Ponto

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