Desembargadora Zeneide Bezerra e a delegada Paulla Maués falam dos desafios diários no exercício das suas atividades profissionais e de serem exemplos da participação feminina na sociedade civil

Delegada Paoulla Maués e desembargadora Zeneide Bezerra
Delegada Paoulla Maués e desembargadora Zeneide Bezerra
Em 1979, quando soube da aprovação no concurso que lhe abriria as portas para a magistratura, a hoje desembargadora Zeneide Bezerra ainda tinha dúvida se realmente tomaria posse no cargo. “Afinal, era o que todo mundo perguntava naquela época”, lembra hoje em seu gabinete no Tribunal de Justiça.
Trinta anos depois, neste 8 de março, data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, ela lembra com prazer: não só assumiu como juíza, como integra hoje um seleto grupo onde é uma das duas únicas representantes femininas a ocupar o topo de sua carreira. A outra vaga é da desembargadora Judite Nunes.
Zeneide Bezerra também não tem dúvida de que o caminho será tanto mais recompensador quando mais as mulheres investirem tempo e dedicação aos estudos, o único fator realmente capaz de distingui-las na vida.
“Vencido o desafio da educação, nada mais as conseguirá parar”, diz aquela que chegou lá graças os próprios méritos, vinda de origem humilde e que não se queixa dos homens, a quem distingue com um elogio: “eles são fundamentais para as mulheres”. Quinquagésima presidente a assumir a presidência do Tribunal Regional Eleitoral do RN desde a reinstalação dessa justiça especializada há 70 anos, a desembargadora não tem a menor dúvida: “Tudo que um homem pode, a gente também pode! Temos inteligência, somos detalhistas, temos força de trabalho”, acrescenta.
Que o diga uma mulher de outra geração, mas com os mesmos valores e a mesma obstinação.
Aos 38 anos, mãe de um menino e grávida de uma menina, a delegada Paoulla Maués é detentora de uma trajetória fulminante na profissão que escolheu desde muito cedo, apesar da desaprovação do pai. “Eu sempre quis ser delegada de polícia. Era o meu sonho desde criança”, diz sem pestanejar. Para conseguir seu objetivo, passou em dois concursos públicos em Pernambuco, seu Estado de origem, até chegar onde queria – ocupar de uma vez só, também por concurso, as delegacias de Santana do Matos, São Rafael e Bodó, na Serra de Santana.
De lá para cá, apenas cinco anos, Paoulla Maués, depois de um período como titular da Delegacia da Mulher de Parnamirim, assumiu em 2017 a presidência da Associação dos Delegados de Polícia Civil do RN (Adepol), onde tem feito um trabalho obstinado de revalorização da instituição, agredida por anos seguidos de contingenciamentos financeiros.
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