terça-feira, junho 24

Wilma defende novo pacto federativo para beneficiar estados e municípios

Pré candidata ao Senado, Wilma de Faria criticou atual modelo de divisão tributária e comentou primeira pesquisa realizada neste ano tendo como foco as eleições de outubro


Por Allan Darlyson
Em entrevista, ex-governadora conversou sobre eleições, projetos e alianças partidárias (Foto: Alberto Leandro)
Em entrevista, ex-governadora conversou sobre eleições, projetos e alianças partidárias (Foto: Alberto Leandro)
Pré-candidata ao Senado, a ex-governadora Wilma de Faria (PSB) terá como principal bandeira de campanha a defesa por um novo pacto federativo, que dê uma maior autonomia financeira aos estados e municípios brasileiros. Em entrevista ao portalnoar.com, Wilma criticou o atual modelo de divisão tributária do País e afirmou que sua principal bandeira no Senado será em defesa dos estados e municípios.
A ex-governadora também comentou a primeira pesquisa realizada neste ano tendo como foco as eleições de outubro, a união com o PMDB do deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB), as divergências das bases nos municípios e a expectativa para a campanha eleitoral deste ano.
Confira a entrevista na íntegra
Como a senhora recebeu o resultado da primeira pesquisa Constult, que aponta vantagem de 17% da senhora em relação à deputada Fátima Bezerra (PT) na disputa pelo Senado?
Recebi com muito entusiasmo a primeira pesquisa eleitoral divulgada neste ano, realizada pela Consult, porque a pesquisa foi muito boa. Agradeço ao povo do Rio Grande do Norte pela confiança e a forma de julgamento da minha história política. Fui bem avaliada como prefeita, como governadora. Então, recebi com muito entusiasmo.
Antes da primeira pesquisa, havia uma desconfiança. Os próprios adversários afirmavam que haveria uma rejeição. A pesquisa mostrou aceitação do povo a essa aliança?
Exatamente. A pesquisa é o retrato de como a população aceitou bem a aliança entre o PSB e o PMDB. Até porque, nós estamos unidos pensando no Rio Grande do Norte. Estamos observando a situação de dificuldade que o estado está vivendo. Essa união vai reforçar o apoio político que precisa existir com a população do nosso estado.
Ainda há divergências nas bases municipais em relação à aliança. O que está sendo feito para transformar essas divergências em convergências, nos palanques dos municípios?
Realmente, é claro que existem algumas divergências. Não podemos ser unanimidade. Mas a gente sabe que hoje existe um interesse da população em votar em Wilma e votar em Henrique. Como daqui a dois anos temos eleições municipais, isso muitas vezes impede as bases de tomar uma decisão mais rápida. Mas o povo está amadurecido. Isso é o mais importante. Esse amadurecimento leva a unir esforços. Mesmo sabendo que dois adversários estão apoiando as mesmas candidaturas, eles estão mais preocupados com a situação do seu município, da sua região e do Rio Grande do Norte.
Quais as principais propostas da senhora para chegar ao Senado? Quais serão suas bandeiras de campanha?
O meu engajamento será no sentido de buscar uma legislação que melhore a qualidade de vida do povo brasileiro. É evidente que vou focar muito na região Nordeste e no Rio Grande do Norte. Temos certeza de que só com uma nova legislação, principalmente tributária, é que poderemos compartilhar mais os recursos arrecadados com os impostos. Hoje, a maior parte dos recursos arrecadados com impostos está concentrada na União. São os estados e municípios que mais precisam atender as necessidades essenciais e básicas da população nas áreas da Saúde, Segurança, Educação, Assistência Social. A população sabe que os municípios e estados também precisam realizar obras estruturantes, importantes para alavancar o desenvolvimento econômico e social de suas localidades. Por isso, é necessária uma melhor distribuição desses recursos. Então, o novo pacto federativo, uma nova reforma tributária, uma melhor distribuição de recursos arrecadados, serão bandeiras minhas no Senado. Isso é muito importante para que possamos atender as demandas da população. A legislação diz que os municípios possuem autonomia financeira e administrativa. Mas eles não possuem autonomia financeira hoje. Os encargos foram ampliados e não houve um maior compartilhamento em relação a recursos.
Houve responsabilidade do governo federal para essa situação de dificuldade pela qual passam os estados e municípios hoje?
Houve. Claro que houve. Tudo que houve após a constituinte de 1988 foi no sentido de dar mais encargos para os estados e os municípios. Aumentaram as responsabilidades, mas não aumentaram as contribuições financeiras. O mais grave foi em relação ao Fundo de Participação, que é formado pelo IPI e o Imposto de Renda. O governo deu incentivos em cima desses dois impostos. No ano passado, isso representou uma perda de cerca de 2% a 3%. Isso influenciou nos recursos arrecadados pelos municípios. O Fundo de Participação é a principal receita e, muitas vezes, quase a única fonte das pequenas cidades. Então, é necessário que haja um melhor compartilhamento dos recursos com estados e municípios, para que eles tenham melhores condições de atender melhor na Segurança, Saúde, Educação, Assistência e nas obras.
Essa é uma bandeira nacional do PSB, que tem como candidato a presidente da república o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos?
É uma luta nacional do PSB. Eduardo Campos tem mostrado isso. Ele trabalhou isso quando foi governador. Ele procurou inclusive dar apoio aos municípios. Como eu fiz também. Fui uma governadora municipalista. Nós fizemos convênios com todos os municípios que nos procuraram, que trouxeram bons projetos. Nós demos apoio ao homem do campo, por meio do programa Desenvolvimento Solidário. Demos apoio ao Social, com a criação de programas importantes. Os que já existiam nós ampliamos, como o programa do leite, as centrais do cidadão, entre outros. Demos apoio aos municípios para incentivar o Turismo, que gera emprego e renda. Fizemos convênios para a realização de obras importantes nessa área. Construímos estradas, fizemos adutoras. Muitas obras importantes. Também muitas parcerias entre estado e municípios para a realização de projetos e obras em cada cidade.
A estratégia de campanha da senhora será, então, mostrar o serviço prestado que tem por cada cidade, para pedir o reconhecimento do eleitor?
A população também sabe que fui deputada federal. Fui muito bem avaliada como deputada pelo IAP, que é um órgão de apoio aos sindicatos, que avalia os deputados. Eu recebi nota 10 como deputada constituinte. Também fui prefeita de Natal, fui governadora, muito bem avaliada. Agora quero, como senadora, fazer esse trabalho em prol da mudança do quadro econômico e social do País, contribuindo também com a minha região e o meu estado.
Fonte: Portal no Ar

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