sábado, maio 31


Imprensa nacional destaca “guerra” entre Agripino e a governadora Rosalba no DEM


Para ter apoio da sigla, segundo revista Época, governadora acusará senador de tentar afundar o Democratas


Pit Stop - Agripino e Rosalba 01
Contra Rosalba Ciarlini, o peso da desaprovação superior a 70% e das condenações na Justiça Eleitoral. A favor, o fato de ser a única governadora do DEM no País. E é este argumento principalmente que a chefe do Executivo Estadual levará na reunião marcada do partido marcada para esta segunda-feira, com a tentativa de convencer a sigla de que ela ainda deve disputar a reeleição pelo Governo do Estado. E o presidente nacional democrata, José Agripino, ainda será acusado de afundar o partido se não quiser tal candidatura.
Pelo menos, é isso que aponta o site da Revista Época, em texto assinado pelo jornalista Murilo Ramos, mostrando que a disputa interna do DEM no Rio Grande do Norte ganhou o noticiário nacional. “Agripino quer evitar que Rosalba tente a reeleição. Na próxima reunião do DEM, dirá que a popularidade de Rosalba está no subsolo e que ela corre o risco de se tornar inelegível em razão de processos na Justiça Eleitoral”, escreveu o jornalista.
“Rosalba acusará Agripino de afundar o DEM, já que é ela a única governadora do partido. Rosalba dirá que Agripino quer ajudar o candidato do PMDB, Henrique Alves, a derrotá-la nas urnas”, acrescentou Murilo Ramos, ressaltando qual será, em resposta, a estratégia rosalbista.
Ao falar da condição de “guerra”, inclusive, Murilo Ramos relembra a relação próxima dos dois “principais nomes do DEM são seu presidente, senador Agripino Maia, e a governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, que ele ajudou a eleger. Agora, os dois estão em campos opostos”.
Não foi por acaso que o DEM no Rio Grande do Norte virou notícia nacional. O RN é um dos únicos estados onde o antigo PFL ainda tem certa popularidade e, conforme a própria Rosalba tem sustentado, “apresentado tradicionalmente candidatos em chapas majoritárias”. Tem um governador (o único, ressalta-se) e tinha dois senadores (a própria Rosalba era senadora antes de assumir o Governo).
O presidente nacional da sigla, no entanto, acha que o melhor é Rosalba não ser candidata. Melhor, para a sigla, é apoiar a candidatura de Henrique Alves, do PMDB, um “aliado histórico”, segundo Agripino, mas que recentemente deixou a base aliada do Governo do DEM reclamando que a gestão não dialoga e é centralizadora e fechada.
Mesmo diante dessas críticas ao único governo do partido, Agripino acredita que engolir o orgulho e apoiar o PMDB é melhor do que arriscar numa candidatura de Rosalba e ainda dificultar, consideravelmente, a reeleição dos deputados estaduais e federal da sigla – dentre eles, o parlamentar federal Felipe Maia, filho do senador.
Por meio de uma aliança com o PMDB, o DEM conseguiria uma aliança mais ampla e, consequentemente, elegeria mais facilmente seus parlamentares. Se apoiar Rosalba, reduzirá as possibilidades de coligação a uma composta apenas por DEM e PP, que talvez não conseguisse coeficiente eleitoral para eleger nem mesmo um parlamentar para a Assembleia Legislativa.
REUNIÃO
A decisão sobre quem está certo, Agripino ou Rosalba, será tomada, provavelmente, nesta segunda-feria, quando seu diretório se reunirá para analisar a proposta do senador – de apoiar o PMDB, partido com o qual ele já se comprometeu a apoiar, segundo revelou Henrique Alves nos bastidores políticos do RN.
Na nomes do DEM com poder de voto (e de decisão sobre o futuro do DEM), Rosalba Ciarlini estaria com a vantagem, com mais nomes aliados e com intenção de encampar a candidatura dela. Dentre eles, inclusive, Ruth Ciarlini (irmã dela); Getúlio Rêgo (deputado estadual) e Ney Lopes pai e Júnior.
LISTA DE VOTANTES NO DEM
Senador José Agripino
Governadora Rosalba Ciarlini
Deputado federal Felipe Maia
Deputados estaduais José Adécio, Getulio Rego e Leonardo Nogueira
Ney Lopes de Souza
Augusto Carlos Viveiros
Carlos Augusto Rosado
Ruth Ciarlini
Verônica dos Santos
Anita Maia
José Bezerra Junior (Ximbica)
Leonardo Rego
Alberone Neri de Lima – prefeito de Encanto
Raimundo Marcelino Borges (Novinho, prefeito de Cerro Corá)
Concessa Araujo (ex-prefeita de Ipueira)
Claudia Regina
Auri Simplicio
Dinarte Diniz
Sonali Rosado,
Américo Godeiro
Fátima Lapenda
Gustavo Costa
Ney Lopes Junior
Neide Sueli Costa
Geraldo Gomes
Marcelo Cunha Lima
Ariosvaldo Targino (Vavá de João Câmara)
Odileia Costa
Maria José Gurgel da Costa
Jorge Alberto Madruga
Cassiano Arruda Câmara
Manoel Pereira dos Santos
Abelírio Rocha
Luiz Arnaud Flor
Carlos de Menezes Lira
Manoel de Medeiros Brito
João Batista Machado
Lúcio Teixeira dos Santos
João Batista de Paiva
Fátima Moreira, secretária da governadora
Genibaldo Barros
Demétrio Torres
Marcílio Carrilho
João Augusto da Cunha Melo
Eduardo Melo
Francisco Rodrigues de Araújo, ex-prefeito de Galinhos
Manoel Mário de Oliveira
Ione Salem
Hugo Freire Pinto
Isabela Barbalho Veloso Freire
Antônio José Meira e Sá Bezerra
Moacir Potiguar Júnior
José Agripino está tenso para reunião desta segunda-feira
Mesmo tendo a seu favor argumentos racionais, de ordem política, jurídica e eleitoral, o presidente do DEM, senador José Agripino Maia, tem revelado irritação nas últimas horas em decorrência da reunião do Diretório Estadual do DEM no Rio Grande do Norte agendada para as 9h desta segunda-feira, na sede do partido Democratas. Na oportunidade, os membros do comando do partido irão escolher entre a candidatura ao governo e ao Senado numa chapa puro-sangue, com a atual governadora Rosalba Ciarlini (DEM) disputando a reeleição e o ex-secretário de Recursos Hídricos, Leonardo Rego (DEM), concorrendo ao Senado, numa aliança com o PP do deputado federal Betinho Rosado e o PSC do ex-coordenador do Procon Araken Farias, ou a aliança para a disputa proporcional (candidaturas a deputado federal e a deputado estadual) com os partidos que apoiam a candidatura do atual presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves e Wilma de Faria (PSB), ao Senado Federal.
Diante da ameaça de sofrer retaliação do grupo da governadora Rosalba Ciarlini, que quer, a todo custo, a candidatura à reeleição da gestora, Agripino tem passado por momentos intensos de apreensão, segundo informam aliados políticos do ex-governador do Rio Grande do Norte e senador no quarto mandato. Presidente nacional do DEM, José Agripino enxerga a candidatura de Rosalba como de alto risco para o futuro da legenda, no Rio Grande do Norte e, com efeito, também no Brasil. Primeiro pela pouca chance de obter êxito, o que, em acontecendo, poria em risco não apenas a perda do mandato de governador do RN, hoje com o DEM, mas, sobretudo, a diminuição da bancada de deputados estaduais na Assembleia Legislativa – atualmente são três – e, principalmente, o fim da representação do DEM na Câmara Federal, com a não reeleição de Felipe – vale lembrar que o DEM potiguar tinha dois deputados federais, mas Betinho Rosado saiu do partido alegando justa causa.
Não tem sido fácil para Agripino lidar com a situação. Aliada política e amigos há mais de quatro décadas, Rosalba e o marido, Carlos Augusto Rosado, consideram-se credores de um gesto de grandeza política de Agripino, porque, quando o senador assumiu a presidência nacional do DEM, coincidiu com o convite que o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab fez para que Rosalba ingressasse no PSD e assumisse a presidência do partido no RN, a exemplo do que fez com Raimundo Colombo em Santa Catarina – ele era do DEM, e foi para o PSD. Se tivesse aceitado o convite de Kassab, Rosalba passaria a ser de um partido aliado da presidente Dilma Rousseff e teria, portanto, evitado ter de contar com intermediários como Henrique Alves, João Maia e mesmo Garibaldi Filho para ter acesso ao governo. No entanto, Carlos Augusto e Rosalba tiveram um gesto de grandeza. Carlos teria dito: “Eu não vou trocar minha amizade com Zé Agripino de quarenta anos para assumir outro partido. Deixe-nos no DEM mesmo”.
O fato de Rosalba “ter comido o pão que o diabo amassou”, como membro do Democratas, entretanto, não impediu que houvesse incompreensões dos aliados – o próprio Agripino não teria entendido as dificuldades do governo, se afastando da gestão. O tempo passou, Rosalba fez um governo com deficiências, mas chega à hora da reeleição sem que haja um impedimento definitivo para que ela concorra. É neste momento que surge, para além do isolamento político dela, a possibilidade de um acordo com o PMDB e outros partido em que o DEM, traduzido na figura dos seus quatro deputados, tem a chance de garantir essas reeleições, em troca do favor de apoiar a chapa Henrique/Wilma. E é neste contexto que se desenrola a reunião desta segunda-feira.
Procurado para dar entrevista ao Jornal de Hoje, Agripino tem evitado a imprensa. Afirma que só vai falar depois que acontecer o encontro partidário. Em parte, a justificativa para não falar é procedente. Como ele tem maioria no diretório, o senador que evitar ficar parecendo que ele quer dizer que vai ganhar a parada contra Rosalba. A reunião do diretório, agendada para as 9h, será na sede do partido, na avenida Amintas Barros. Esperam-se os integrantes até às 9h30. Em seguida fecham-se as portas. A votação será secreta, por causa do Regimento Interno do DEM. Mas quem quiser abrir o voto, tem liberdade para falar por dois minutos até.
Agripino afirma que, como presidente, a reunião é para ouvir o partido. Um grupo do partido, como dito, defende a aliança proporcional, para viabilizar a reeleição dos deputados federal e estaduais – Felipe Maia, José Adécio, Leonardo Nogueira e Getúlio Rego. Outra vertente deseja a candidatura própria, com chapa puro sangue. Expostas as duas posições, por representantes de cada segmento, vai-se à votação. O diretório estadual é o órgão máximo consultivo do partido, formado por figuras emblemáticas que traduzem a opinião legítima do DEM. Como presidente, Agripino irá ouvir. Ele tem dito que não é ele que quer que Rosalba não seja candidata à reeleição. Ele quer que a legenda decida. É aguardar.
Fonte: Jornal de Hoje

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