domingo, setembro 16

PT atrasa pagamento de equipe de TV

Profissionais integram equipes responsáveis pela produção dos programas eleitorais

Por causa de atraso nos pagamentos, parte dos funcionários da campanha do PT à Presidência decidiu cruzar os braços e interrompeu os trabalhos nesta semana, em meio à substituição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato, por Fernando Haddad como cabeça de chapa. Os profissionais integram as equipes responsáveis pela produção dos programas eleitorais do partido para a TV, o que ameaça a entrega dos novos comerciais da coligação.
O Estadão/Broadcast apurou que parte da equipe de pré e pós-produção de vídeo da campanha petista está parada há pelo menos dois dias, o que pode atrapalhar a produção de programas dedicados a apresentar Haddad como indicado de Lula, cuja candidatura foi barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com base na lei da Ficha Limpa, que torna inelegível condenados por decisão colegiada.
A paralisação começou na semana passada, no feriado de Sete de Setembro. Os contratados aguardavam receber pagamento até o dia 7, mas a remuneração não foi regularizada. Na semana anterior, os prestadores de serviço haviam sido orientados a emitir notas para receber antes que a candidatura de Lula fosse julgada pelo TSE.
A direção de campanha já contava com a possibilidade de o ex-presidente ter o registro de candidatura indeferido, o que ocasionaria uma alteração no CNPJ da campanha, algo visto como um elemento complicador para a regularização. Mesmo assim, várias equipes não receberam os valores combinados antes da decisão do TSE.
Um dos coordenadores de marketing do PT, Otávio Antunes atribuiu o “atraso de alguns profissionais” a problemas burocráticos. “Lamentamos o atraso, mas 90% dos contratos dos fornecedores da campanha já estão com sua situação completamente regularizada”, disse Antunes. “Estamos dentro do cronograma (de produção do programa eleitoral).”
Antunes é ligado à empresa M. Romano Comunicação LTDA, que cobrou R$ 7, 4 milhões da campanha de Lula por serviços de “produção de programas de rádio, televisão ou vídeo”. A empresa não estaria ligada aos atrasos nos pagamentos.
A troca do CNPJ da campanha seria uma das razões do problema. No entanto, funcionários receberam diferentes explicações sobre a questão.
Até ter sua candidatura indeferida, a campanha de Lula gastou R$ 26,2 milhões, sendo que mais da metade deste valor foi usada na produção de programas eleitorais para rádio e TV.
Dilma
Nesta sexta-feira, 14, durante entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, Haddad, saiu em defesa do governo da presidente cassada Dilma Rousseff. Segundo ele, o desemprego e a crise econômica surgidos no governo Dilma não foram culpa da petista, mas das “pautas-bomba” aprovadas no Congresso pelo MDB e pelo PSDB.
O presidenciável disse que Dilma foi impedida pelo MDB e PSDB de fazer os ajustes necessários no início de seu segundo mandato. “As pautas-bomba e a sabotagem que ela sofreu, reconhecidas pelo presidente do PSDB, tiveram mais influência na crise do que os eventuais erros cometidos antes de 2014. Nós tínhamos a menor taxa de desemprego em 2014. Aí começa o Eduardo Cunha e o Aécio Neves a aprovar despesa em cima de despesa no Congresso para sabotar um governo que precisava fazer um ajuste.”
Haddad se referiu à entrevista do ex-presidente do PSDB Tasso Jereissati ao jornal O Estado de S. Paulo na qual o tucano disse que o partido errou ao votar “contra princípios básicos nossos, sobretudo na economia, só para ser contra o PT”.
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