terça-feira, agosto 19

Aécio poupa Marina e mantém a mira em Dilma

Josias de Souza

Nas próximas semanas, 'mudança' será a palavra mais pronunciada na campanha presidencial. Mas não se pode mudar tudo. Daqui a milhares de anos a coisa mais útil para agir com sabedoria ainda será a cabeça. Alcançado no últimoDatafolha por Marina Silva (21%), Aécio Neves (20%) se esforça para manter a sua no lugar.
“Acho que era algo absolutamente esperado”, disse o candidato tucano. “Eu vejo um certo açodamento de se prospectar cenários futuros. Eu hoje sou condutor de um projeto para o Brasil. Tenho muita confiança de que estaremos no segundo turno. Estaremos prontos para vencer as eleições. O que ficou claro nessas pesquisas, e eu já antevia isso, é que teremos segundo turno. Era uma perspectiva cada vez mais provável. Era uma certeza.''
Acha que Marina passou a ser sua principal adversária?, alguém perguntou. E Aécio: “Não. De forma alguma. A nossa proposta é de oposição ao governo que está aí.” Noutro trecho, afirmou: “sem dúvida alguma, [a entrada de Marina no lugar de Eduardo Campos] impacta a eleição. Mas não tem mudança essencial.” Como assim? “Acho que a Marina é uma candidata que tem valores e propostas. Vamos fazer um belo debate.''
Esse é o ponto: debate. Se as pesquisas de 2014 ensinam alguma coisa é que um pedaço do eleitorado não parece propenso a entregar o voto inocentemente. Esse eleitor exige ser conquistado. No caso de Aécio, resta saber o que será feito do raciocínio dele se Marina, usando a cabeça, souber alongar os horizontes que tinha em 2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário