Foto: Adriano Abreu
Há anos o Hospital Regional Tarcísio Maia é o culpado por todos os males da saúde pública em Mossoró como se só ali residissem os problemas.
Isso sempre serviu de escudo para omitir do noticiário a tragédia da rede municipal nos municípios da região Oeste do Rio Grande do Norte.
O Hospital sempre atendeu além da capacidade e cumpria missões que não era de sua responsabilidade. Resultado: macas nos corredores sendo filmadas e as imagens espalhadas nas redes sociais para desgastar o Governo da ocasião.
Num passado recente até o “corredomômetro” a gente tinha.
Desde que a diretora Karina Nóbrega assumiu a dire~ção do hospital ela teve a coragem de fazer o Tarcísio Maia atender apenas a parte que lhe cabe na saúde pública: casos de urgência em atendimento de trauma cirúrgico, Acidente Vascular Cerebral (AVC), pacientes ortopédicos vindos de pronto atendimentos municipais e regionais, pacientes politraumatizados, pacientes oftalmológicos, urológicos, torácicos, nefrológicos e da otorrinolaringologia.
É preciso lembrar que a maioria dos casos de maior gravidade na região Oeste ou vão para o Tarcísio Maia ou para o Hospital Rafael Fernandes. Ainda há os casos de cuidados intermediários que vão para esses hospitais e quando esses pacientes deixam de estar num quadro de urgência não são recebidos pelos seus respectivos municípios, gerando baixa rotatividade nos leitos.
Os casos de menor gravidade e sem necessidade de cirurgia de urgência passaram a ser no local adequado: Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
Em Mossoró são três de responsabilidade do município: Belo Horizonte, Alto de São Manoel e Santo Antônio.
O resultado foi o sumiço das imagens dos corredores com pacientes em macas porque o HRTM passou a atender o que é de sua responsabilidade.
Em campanha para o Governo do Estado, o prefeito Allyson Bezerra (UB) não suportou essa realidade que contrasta com as constantes denúncias de usuários das três UPAs de que estão precisando tirar dinheiro do próprio bolso para fazer exames, os casos de falta de lençóis para os pacientes e as imagens com a estrutura deteriorada da rede municipal de saúde.
Acuado com a crise na saúde e com as denúncias de corrupção investigadas pelo MPRN, Allyson decidiu contra-atacar usando o velho bode expiatório: o Hospital Tarcísio Maia.
No sábado, divulgou uma nota reproduzida de forma acrítica pelo consórcio de mídia em que relata que 54 pacientes estavam aguardando vagas em hospitais da rede estadual sem explicar que os casos deles deveriam ser de atendimento nas UPAs.
Allyson tentou transferir a culpa para o Estado num jogo de empurra politiqueiro que desinforma a população.
O gesto demonstra uma tremenda imaturidade política e resultou numa resposta do secretário estadual de saúde Alexandre Motta que é uma aula de civilidade.
Motta deu as mãos ao prefeito para ir a Brasília encontrar uma solução para a UPA do Belo Horizonte, que até hoje não foi a habilitada pelo Ministério da Saúde.
A proposta fazer dela um hospital municipal a partir de uma reestruturação.
Fonte: Blog Bruno Barreto
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