quinta-feira, maio 28

Secretaria de Saúde estuda fazer testagem em massa nos municípios mais afetados

Apesar dos 116 mil exames em estoque, Secretaria de Saúde do RN não cogita neste momento alterar o protocolo para a realização de exames porque demanda por testes pode crescer nos próximos dias. Pesquisa pode envolver exames enviados pelo Ministério da Saúde
Subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesap Alessandra Lucchesi
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Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) avalia fazer em breve uma ampla pesquisa por amostragem para detectar qual é o real nível de transmissão da Covid-19 no Rio Grande do Norte. A testagem em massa tem o objetivo de subsidiar o planejamento de ações para enfrentamento da doença, que é causada pelo novo coronavírus.

A ideia é realizar um estudo semelhante ao que está sendo encampado por pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em parceria com o Ministério da Saúde. O levantamento nacional, que acontecerá por etapas, vai testar cerca de 33 mil pessoas em 133 municípios, inclusive no RN.
“Temos alguns projetos em curso para a realização de testes por amostragem em municípios que estão com a situação epidemiológica mais alarmante, para a gente conseguir determinar o perfil de transmissão. Isso está em análise e será efetivado, se tudo correr da forma como estamos planejando, em breve”, disse nesta quarta-feira (27) a subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesap, Alessandra Lucchesi.
Se acontecer nos mesmos moldes da pesquisa da UFPel, o estudo no Rio Grande do Norte será com testes enviados pelo Ministério da Saúde ou adquiridos em parceria com empresários. O estoque atual de exames para pacientes não seria incluído no levantamento.
Atualmente, a rede estadual de saúde possui 72 mil testes em estoque para diagnosticar a Covid-19, e outros 44 mil foram distribuídos para os municípios. Os exames são divididos em dois tipos: o RT-PCR, que identifica o novo coronavírus a partir da análise molecular, e o teste rápido, que mede se o paciente desenvolveu anticorpos para a doença.
No caso do RT-PCR, a indicação é para quem está com sintomas há no máximo uma semana e pertence ao grupo de risco para a Covid-19, isto é, idosos e pessoas com doenças pré-existentes, como diabetes, hipertensão e obesidade.
Já o teste rápido, por medir anticorpos, é feito somente em quem teve sintomas por uma semana e está há pelo menos três dias sem sentir nada. Também é preciso ser do grupo de risco para ter acesso ao exame na rede pública.
Nos dois casos, além dos integrantes do grupo de risco, pacientes internados e profissionais da saúde e da segurança pública conseguem fazer o exame.
De acordo com Alessandra Lucchesi, apesar dos 116 mil exames em estoque, a Sesap não cogita neste momento alterar o protocolo para a realização de exames. Segundo ela, como a pandemia ainda está em ascensão no Rio Grande do Norte, a demanda por testes pode crescer nos próximos dias.
“Realizar a testagem indiscriminada se torna complicado porque estamos nos aproximando do pico da pandemia e não temos garantia de disponibilidade de estoque de testes daqui para a frente. O uso está sendo racional porque temos necessidade do controle”, afirmou.
A subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica explicou que a testagem em massa da população tem o objetivo de definir melhor o perfil da doença, mas que, no momento, a recomendação sobre o uso dos testes não vai mudar porque a indicação atual visa dar informações para que a Sesap organize melhor a rede de assistência a quem, de fato, está doente e pode ter complicações.
Alessandra Lucchesi não soube determinar até quando o estoque atual de testes será suficiente, mas garantiu que não haverá falta de exames pelos próximos 15 dias. “Hoje temos uma taxa de transmissão que varia de 1,9 a 2,1 (ou seja, cada pessoa contamina até duas pessoas). Se essa taxa aumentar, esse estoque poderá sofrer variações. Então, não há como prever até quando é suficiente”, disse.

RN registra 22 óbitos em 24 horas no pior dia da pandemia

A Sesap informou nesta quarta que o número de mortes provocadas pelo novo coronavírus no Rio Grande do Norte chegou a 242. Foram 22 óbitos confirmados em apenas 24 horas.
Trata-se do maior número de mortes para um dia desde o início da pandemia. O recorde anterior tinha sido registrado no último domingo (24), quando foram confirmadas 16 mortes.
Ainda segundo a Secretaria de Saúde, são 5.630 casos confirmados da infecção, 14.035 suspeitos e 11.207 descartados. Todos os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) dedicados ao tratamento da Covid-19 estão ocupados.
Agora RN

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