Mais uma vez a governadora Fátima Bezerra se reuniu com representantes da Petrobrás e da Gaspetro para tratar do plano de desinvestimento da empresa no Rio Grande do Norte. A reunião aconteceu em ambiente virtual na tarde desta segunda-feira (03) quando a pauta girou em torno da alienação das ações da Gaspetro na sociedade de economia mista que mantém com o Estado do Rio Grande do Norte, por meio da Companhia Potiguar de Gás (Potigás).
Fátima Bezerra reiterou a preocupação com o plano de desinvestimento da Petrobrás pelo que a entidade representa na agenda de desenvolvimento econômico do Nordeste e, especialmente, do RN. “Nós aqui temos todo o interesse de abrigar os investimentos privados, que claro são muito bem-vindos. Temos um diálogo propositivo frequente com o setor produtivo e empresarial nesse sentido. Porém, dentro do atual contexto, julgamos ser um equívoco a saída da Petrobrás no RN”, declarou.
Radaes Fronchetti Picoli, gerente da Áreas de Participações em Refino e Gás Natural da Petrobrás, informou que já conversou com representantes de todos os estados brasileiros a fim de tratar do desinvestimento da Petrobras, em atendimento ao pleito apresentado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), órgão federal, assim como vem acontecendo com o Rio Grande do Norte. “O Termo de Compromisso de Cessação (TCC) firmado entre o CADE e a Petrobrás vai definir quais investidores cheguem no lugar da Petrobras de forma justa, adequada e preservando o patrimônio público em todos os estados. No RN não será diferente”, disse.
Na ocasião ele esclareceu sobre os prazos para apresentação da oferta, bem como o direito de preferência dos sócios na Potigás. “O prazo é legal, foi assinalado pelo CADE e precisa ser cumprido sem prejuízo a algum pedido de prorrogação que precisa ser validado pelo Conselho”, pontuou.
O prazo assinalado para a formalização do negócio, até dezembro de 2020, é outro fator que preocupa a chefe do executivo estadual. “O prazo estipulado, até dezembro de 2020, é exíguo para essa importante decisão que requer estudos e avaliação orçamentária e financeira da nossa equipe de governo associado ao fato que estamos vivendo uma pandemia”, frisou Fátima, que adiantou que irá agendar mais uma reunião com o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, no intuito de reiterar a importância não apenas econômica, mas especialmente a social da estatal para os potiguares. O RN é o maior produtor de petróleo em terra do País com uma produção de cerca de 35 mil barris/dia de petróleo.
Participaram da reunião, além dos já citados, Ricardo Mello (Diretor Presidente da Gaspetro), Vitor Baroni (Diretor Corporativo da Gaspetro), Antônio Roberto (Vice-Governador), Fernando Mineiro (SEGRI), Aldemir Freire(SEPLAN), Larissa Dantas (Presidente da Potigás), Silvio Torquato (SEDEC), Marina Siqueira (Potigás), Hugo Fonseca (SEDEC) e Jaime Calado.
SAIBA MAIS
Desde 2019 a governadora Fátima Bezerra articula a manutenção dos investimentos da Petrobras em terras potiguares. O CADE firmou um TCC com a Petrobras para o desinvestimento no Rio Grande do Norte o que ocasiona uma retração de investimentos da estatal nas atividades de produção e exploração dos campos maduros no RN, ativos e ligados ao gás natural e também em outros estados nordestinos.
Ainda em dezembro de 2019, o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (Ineep) apresentou um estudo sobre os impactos econômico, fiscal e empregatício da saída da companhia no estado e no Nordeste como um todo que revelou uma significativa perda no número de empregos diretos e indiretos no RN, além de afetar a cadeia produtiva como um todo. Segundo dados do Ineep, a Petrobras está abrindo mão de realizar R$ 4,2 bilhões em investimentos no estado, o que pode afetar mais de 100 mil postos de trabalho direta e indiretamente.
A governadora Fátima Bezerra já debateu a temática em reuniões com os Governadores do Nordeste e com o presidente da estatal.
Fonte: Portal Grande Ponto
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