O brasileiro já viu esse filme várias vezes, lojas e restaurantes fechados, cadáveres desempilhados nas calçadas. Coronavírus, não! Gripe Espanhola, a pandemia que matou mais de 50 milhões de pessoas no mundo inteiro, há pouco mais de 100 anos.
Em 1918, a primeira grande guerra mundial estava acabando deixando mais de 5 milhões de mortos, mais algo muito pior estava a caminho, a gripe Espanhola, na verdade não nasce na Espanha, os primeiros casos surgem em alojamentos militares nos Estados Unidos e numa base inglesa na França.
A gripe levada pelos vírus influenza H 1-N 1, se alastra rapidamente pelo mundo.
E em setembro de 1918 chega ao Brasil a bordo de um navio.
Mais claro que existe a teoria da conspiração que dizem ao contrário, foram os alemães que engarrafaram o vírus e jogaram nas praias brasileiras, de uma hora para outra as pessoas começaram a morrer.
Carlos Seidi, uma espécie de Ministro da Saúde daquela época não dá bola e diz que a espanhola é uma gripizinha de caráter do mundo inteiro, não decreta quarentena e ainda propõe censurar a imprensa brasileira. A cidade do Rio de Janeiro em apenas um dia contabiliza 820 mortos.
Pressionado o Governo coloca o renomado cientista Carlos Chagas que havia trabalhado com Oswaldo Cruz no comando da saúde pública.
Ele cria 5 hospitais improvisados e mais 20 postos de atendimento, distribui cartilhas e panfletos e as medidas começam a dar certo. Rodrigues Alves o recém eleito Presidente da República é mais uma vítima da gripe que mata cerca de 35 mil brasileiros.
Só então a saúde pública é levada a sério no Brasil que levaria a criação de um Ministério da Saúde em 1930, como diria o pensador Edmundo Burke, o povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la.
CHICO TORQUATO
Nenhum comentário:
Postar um comentário