sábado, fevereiro 21

EDUARDO CUNHA, CANDIDATO A QUÊ?

CARLOS CHAGAS -


Terça-feira, o presidente da Câmara recebe para jantar ministros e presidentes dos tribunais superiores. Na quarta, a vez dos dirigentes das centrais sindicais tomarem o café da manhã com Eduardo Cunha. Na próxima semana será divulgado o calendário do comparecimento dos ministros a uma comissão especial de deputados, provavelmente um por semana.

Eduardo Cunha ocupa todos os espaços possíveis e a pergunta é sobre o que pretende. Cumprir as obrigações de chefe de um poder da União? Demonstrar independência diante do Executivo? Posicionar-se para… Para quê?

O homem é ambicioso e competente. Estaria de olho nas eleições de 2018. Para governador do Rio de Janeiro ou para presidente da República? No deserto de homens e de ideias em que se transformou o PMDB, Cunha surge como exceção. A primeira pedra posta diante de seu caminho é a lista do Procurador Geral da República. Se for contemplado como um dos parlamentares envolvidos no escândalo da Petrobras, ficará sob fogo batido de seus adversários, a começar pelo PT. A abertura de inquérito criminal ou a própria denúncia não significam condenação, mas incomodam e vão atrapalhar carreiras e planos políticos. Não demora para que sejam conhecidos os acusados por Rodrigo Janot.

O presidente da Câmara conseguiu isolar os companheiros e acirrar ainda mais os sentimentos da presidente Dilma. Sabe da importância de manter abertos certos canais com o palácio do Planalto, mas faz da distância sua estratégia principal. Recebeu com satisfação o conselho dado pelo Lula à sucessora, de dialogar com o PMDB. No que puder, porém, vai atrapalhar. Colocará em votação, quarta-feira, a PEC da Bengala, que amplia de 70 para 75 anos o limite para a aposentadoria obrigatória dos funcionários públicos, com os ministros do tribunais superiores à frente. Em vez de indicar cinco novos ministros do Supremo Tribunal Federal, Dilma indicará apenas um. A CPI para investigar as lambanças na Petrobras começa a funcionar ainda este mês. É razoável a relação de projetos que contrariam o governo, a ser postos em votação imediata. No centro de tudo, a reforma política, que por mais incrível que pareça, poderá deslanchar por obra e graça do deputado fluminense. Sempre prejudicando os atuais detentores do poder.

Em suma, como ferrinho de dentista, Eduardo Cunha segue em frente. É claro que na dependência do Procurador Geral da República…

AMACIARAM

A blitz desenvolvida contra o ministro da Justiça estaria amaciando a disposição dos ministros do Supremo Tribunal Federal para soltar imediatamente os empreiteiros presos em Curitiba por decisão do juiz Sérgio Moro. A estratégia do ex-ministro Joaquim Barbosa parece estar dando certo. Mas garantir, ninguém garante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário