segunda-feira, abril 7

Gaúcha que morreu eletrocutada em São Miguel do Gostoso deixou vaga de servidora pública federal em busca de vida mais simples


Foto: Reprodução

Professora por quase 15 anos e servidora pública federal. Paula Vergara da Silva, que morreu na última sexta-feira (4) após sofrer uma descarga elétrica em um hostel onde morava em São Miguel do Gostoso, tinha escolhido deixar a estabilidade garantida por meio de concurso público para viver uma vida mais simples, após passar por uma série de problemas de saúde física e mental.

A própria Paula relatou a mudança nas suas redes sociais em 2023. Ela era professora do Instituto Federal de Santa Catarina.

Segundo a série de postagens, por volta de 2020, ela passou por uma “coleção” de intolerâncias alimentares. Ela ainda escreveu que em 2022 sua saúde mental degradou, apresentando transtorno de ansiedade generalizada e depressão.

“Euzinha, uma apaixonada por comer e cozinhar, química de alimentos por formação e paixão, professora na área por quase 15 anos, vi minha paixão murchar um tanto. Mas o que também vi é que minha escolha profissional da época estava me matando. Literalmente. Meu corpo e mente em 2022 entraram em colapso”, relatou em uma publicação.

“Decidi passar o ano me tratando afastada do trabalho. No final desse ano decidi que tinha que mudar de rumo, que aquela função não me cabia mais e estava me adoecendo. Pedi para sair de um emprego estável, concursada federal, cheia de ‘benesses'”, escreveu em uma postagem nas redes sociais.

Na transição de carreira, ela decidiu se dedicar a ensinar pessoas, principalmente o público infantil, a ter uma relação de carinho com o alimento, produzindo pratos vegetarianos e veganos e utilizando alimentos orgânicos.

Foi dessa forma que Pauli, como era chamada pelos amigos, chegou a São Miguel do Gostoso, no litoral Norte do Rio Grande do Norte, com interesse em promover cursos para crianças.

Amiga da professora, a jornalista Anne Caroline Medeiros conta que a conheceu em outubro do ano passado, quando matriculou sua filha em um dos cursos.

“Ela veio para ficar. Estava atrás de mais tranquilidade, de uma vida mais simples, e aí ela veio para cá. Ela era uma pessoa muito generosa, muito inteligente, muito criativa, extremamente criativa”, conta Anne.

Ainda segundo a amiga, ambas estavam planejando a realização de um novo curso para o período da Páscoa e se encontraram pela última vez na quinta-feira (3). Na sexta (4), elas ainda se falaram por telefone cerca de 1 hora e meia antes do choque elétrico.

Anne conta que Paula enfrentava problemas financeiros e, por isso, aceitou o convite de uma outra amiga para morar no hostel.

Ainda de acordo com a amiga, Paula estava só e ninguém teria presenciado o choque. Ela já foi encontrada sem vida.

G1RN

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