O número de casos prováveis de dengue no Rio Grande do Norte teve redução maior que a média nacional em relação ao ano passado, atingindo 79.28% (de 10.704 para 3.524). Considerando todos os estados do Brasil e o Distrito Federal, a diminuição foi de 76.11% (de 4.732.359 para 1.130.286). Os dados comparam números da 1ª a 17ª semana epidemiológica de 2024 e 2025.
Em relação aos números confirmados de dengue, o RN teve um percentual de melhora ainda maior, chegando a 84.55% – valor também acima da média nacional. Foram 3775 em 2024, contra 583 neste ano. Em todo o Brasil, foram 773.087 em 2025, e 4.246.510 no ano anterior, uma queda de 81.79%
Os casos graves e com sinais de alarme da doença – anteriormente chamados de dengue hemorrágica –, saíram de 108 para 19 no estado, o que significa uma redução de 82.40%. Os dados nacionais, porém, mostram uma tendência maior de agravamento da doença do que a observada no território potiguar. A média de todas as unidades da Federação foi 72.662 em 2024 contra 19.204 casos graves em 2025; uma redução consideravelmente inferior, de 73.57%.
Essa realidade de casos graves, porém, não reflete no número de mortes. Os casos de óbitos pela arbovirose caíram 82.89% no país, indo de 4.513 para 772. No RN, foram dois em 2024 e zero neste ano.
É importante ressaltar o ano passado foi o pior ano em contágio por dengue no país na última década, segundo a coordenadora de vigilância em saúde do Estado, Diana Rego.
“Nós temos em 2025 um número inferior de casos para as arboviroses dengue e chikungunya comparados em 2024. Primeiro que 2024 foi o pior ano epidêmico para o Brasil, não só para o estado do RN. Então, comparado com os últimos dez anos, 2024 foi o pior em número de casos para o Brasil”, disse.
Por outro lado, a gestora ressaltou os resultados do Estado do RN no diante desse problema. “O RN teve o melhor desempenho no enfrentamento dessa epidemia, com o menor número de óbitos dentro do estado”, explicou Diana Rego.
Para este ano, a gestora explica que o planejamento para enfrentamento da sazonalidade foi antecipado para priorizar municípios que, historicamente tem número mais elevados de casos.
“Fizemos um trabalho de prevenção e de educação da população com maior gravidade, conseguindo, então diminuir e enfrentar de forma mais efetiva o mosquito, que é o Aedes aegypti”, relatou.
Casos prováveis em Natal têm redução abaixo da média nacional, mas a queda de casos confirmados foi maior, superando os 80%
Em Natal, porém, o cenário é diferente, ficando com melhora abaixo da média nacional. Os casos prováveis saíram de 3.898 para 1.251, o que significa uma redução de 67,90%. Já os casos confirmados, saíram de 1.812 para 349; uma queda de 80,73%
Quanto aos casos graves, foram 42 em 2024 e 7 neste ano; uma melhora de 83,33%, que fica acima da média, considerando todas as unidades federativas. Não houve mortes em nenhum dos dois anos.
De acordo com chefe da Unidade de Vigilância de Zoonoses de Natal (UVZ), Luciano Pereira da Silva, são realizados tratamentos focais de arboviroses na cidade durante todo o ano, com visitas ocorrendo nas residências nos cinco distritos sanitários do município.
“Natal também utiliza a tecnologia das ovitrampas, armadilhas que ajudam no monitoramento e controle dos mosquitos que podem causar arboviroses, tecnologia utilizada desde 2015 na capital. A UVZ ainda realiza o trabalho ampliado de educação e divulgação em saúde, intensificando ações educativas nas escolas. A vacinação contra a dengue está disponível nas salas de vacinação do município para crianças com idade entre 10 e 14 anos”, afirmou.
Também de acordo com o gestor, Natal está também na fase de implantação do método Wolbachia, em parceria com a World Mosquito Program (WMP Brasil) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Essa metodologia consiste liberar na natureza insetos com a insetos com a bactéria Wolbachia – presente em cerca de 60% dos insetos, mas que não estava presente no Aedes aegypti – para que eles se reproduzam com os Aedes aegypti locais, de forma a estabelecer uma população de mosquitos com Wolbachia e incapazes de desenvolver e transmitir o vírus da dengue, Zika, chikungunya e febre amarela. Pelo fato da Wolbachia ser uma bactéria específica de insetos, não há risco de transmissão para humanos ou outros mamíferos.
“Atualmente, o município iniciou a etapa de Engajamento Comunitário, em que os Agentes de Combate às Endemias (ACE) estão fazendo, além do seu trabalho comum, o trabalho de educação sobre o método em todos os cinco Distritos Sanitários da cidade. A próxima etapa para a implementação do método é a Liberação de Mosquitos no território”, explicou.
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