domingo, dezembro 29

Rogério Marinho: o elemento de intriga política no RN

 

As recentes declarações do senador Rogério Marinho ao Jornal Tribuna do Norte levantam questionamentos sobre seu papel no cenário político do Rio Grande do Norte. Em um movimento que parece mais voltado para dividir do que para unir, Rogério chamou para si a responsabilidade pela obra de engorda da praia de Ponta Negra, ignorando o papel do prefeito de Natal, Álvaro Dias.

Além disso, ao afirmar sua candidatura ao governo do estado, Rogério não sinalizou qualquer aliança com Álvaro Dias ou com o prefeito de Mossoró, Alysson Bezerra. Curiosamente, o senador ainda aposta no apoio do prefeito eleito de Natal, Paulinho Freire, mas não mencionou o nome do senador José Agripino Maia, presidente do União Brasil, que esteve diretamente envolvido na campanha vitoriosa de Paulinho.

Rogério Marinho encerra o ano como um verdadeiro elemento de intriga política no RN, promovendo divisões no palanque que elegeu Paulinho Freire e desconsiderando figuras importantes que foram essenciais nesse processo. Ao que tudo indica, sua estratégia é criar arestas em vez de construir pontes,

CONFIRA OS DETALHES DA ENTREVISTA:

O governo do Estado anunciou a inauguração da barragem de Oiticica e a Prefeitura de Natal está prestes a concluir a engorda, entre outras obras, projetos que o senhor teve atuação decisiva na liberação de recursos quando ministro. Como o senhor vê a conclusão desses projetos?

Na época em que eu estive aqui como ministro, mais de R$ 300 bilhões foram viabilizados para a Barragem de Oiticica. Ela só não foi concluída naquela oportunidade porque a gestão das obras estava com o Governo do Estado e o governo não fez a administração e a mediação com os envolvidos na área, o que impediu que a parede, daquele vão central, tivesse a sua altitude para a formação do lago na época em que estávamos na frente da administração. Mas a sua conclusão, sem dúvida nenhuma, é um marco importante no Rio Grande do Norte porque ele passa a ser o pulmão que vai recepcionar a entrada das águas do São Francisco, que vai permitir, inclusive, a segurança hídrica daquela região do Seridó. Em relação à engorda, nós resgatamos o projeto, estava perdido, na época, nós tínhamos o Comando da Defesa Civil Nacional, reformulamos o projeto, ampliamos o projeto e começamos a liberação de recursos. E ele, finalmente, agora está em via de conclusão, o que vai melhorar muito a principal atividade econômica da cidade do Natal, que é o turismo.

Após eleito senador o senhor acabou se distanciando dos prefeitos de Natal, Álvaro Dias, e de Mossoró, Allyson Bezerra. Como está a relação com eles atualmente? Estarão juntos em 2026?

Em relação ao prefeito Allyson, nós tivemos a oportunidade de sermos parceiros do prefeito, da administração, fazendo justiça a Mossoró, independente do prefeito Allyson. Nós fizemos uma série de investimentos naquela cidade. A obra mais importante em Mossoró, que é o complexo viário que está sendo construído, foram recursos alocados na época em que eu era ministro, mais de R$ 40 milhões na época. Ajudamos com a recuperação do matadouro público. Investimos na segurança e no calçamento da cidade. Por ocasião da última eleição, o prefeito entendeu que não deveria fazer uma aliança com o PL. Ele foi vitorioso. Espero que ele faça um bom mandato. Agora, a nossa aliança política que existiu por ocasião da minha eleição para o Senado, realmente deixou de existir. Isso não significa que no futuro nós não possamos nos reencontrar politicamente. Em relação ao prefeito Álvaro, todos são testemunhas da ação que empreendemos aqui na cidade do Natal. Obras importantes como a questão de recuperação da Pedra do Rosário, as trincheiras, os recursos foram inclusive redirecionados para o asfaltamento da cidade do Natal. Recursos para a drenagem de centenas de ruas na zona Norte de Natal, o pontilhão entre Cidade Nova e Cidade Satélite, a reurbanização das praias urbanas. Nós ficamos juntos agora em 24, na eleição de Paulinho Freire, estamos fazendo parte do mesmo grupo político, acho que temos tudo para caminhar juntos em 2026

E em relação às alianças com Paulinho e Styvenson?

Eu conheço Paulinho há quase 50 anos, desde os bancos escolares no Marista. Convivi com ele depois de deputado estadual, depois de deputado federal. É uma pessoa que cresceu, amadureceu, ele tem esse sentimento de conhecer bem a cidade, é um cara que veio da área privada, no turismo, que é o mais importante para Natal. Então ele é nosso parceiro, nós temos uma afinidade e uma aliança política que certamente vai continuar em 2026. E o Styvenson, eu fui a primeira pessoa que o chamou para ser candidato. Eu já via em Styvenson alguém que tinha essa característica de ser uma pessoa que ao mesmo tempo que tinha uma empatia, uma relação interessante com a sociedade, se comunicava bem com a população, ele mostrava muita consistência do ponto de vista de integridade. Na virada de 22, ele se reposicionou do ponto de vista de relacionamento político. Nesses dois últimos anos, nós convivemos muito próximos, pelo fato de estarmos no Senado. E a grande maioria das matérias a gente tem votado de forma parecida. O que nós temos é que nós não iremos ser candidatos um contra o outro. Então, naturalmente, Styvenson pode ser candidato à reeleição ao Senado, ou pode ser candidato ao governo. Eu só posso ser candidato ao governo. Então, eu vou manter uma postura de pré-candidatura ao governo.

Fonte: Blog Robson Pires

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