Segundo os investigadores, até o momento há elementos para indiciar o ex-presidente por crimes como organização criminosa, peculato (desvios de recursos públicos) e atos contra o Estado Democrático de Direito. No entanto, a decisão sobre os crimes que serão imputados a Bolsonaro só se darão ao final do inquérito.
A PF acredita que com Paulo Gonet, que substituiu Augusto Aras no comando da Procuradoria-Geral da República (PGR), os inquéritos devem ter rápida tramitação até serem julgados.
No inquérito das milícias digitais, os investigadores se desdobram em cinco linhas de investigação: ataques a opositores, ataques às urnas eletrônicas e ao Judiciário, tentativas de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, propagação de fake news sobre a Covid-19 e uso da estrutura do Estado para obtenção de vantagens indevidas.
Os inquéritos criminais contra Bolsonaro ganharam impulso após a delação do ex-ajudante de ordens, o tenente coronel Mauro Cid.
Ofensiva no TSE
Na Justiça Eleitoral, que condenou Bolsonaro à inelegibilidade até 2030, a defesa do ex-presidente prepara uma ofensiva para tentar reverter o quadro até 2026 e tentar deixá-lo apto para uma possível nova disputa contra Lula nas eleições presidenciais.
A estratégia é liderada pelo ex-Secretário de Comunicação (Secom) da Presidência, que faz parte do corpo de advogados de Bolsonaro, Fabio Wajngarten.
Ele foi escalado pelo ex-presidente para construir pontes com o Supremo Tribunal Federal (STF) com o objetivo principal de tentar reverter a inelegibilidade.
Segundo informações de Bela Megale, no jornal O Globo, Wajngarten tenta se aproximar da corte via ministro Gilmar Mendes, com quem teria tido ao menos dois encontros nas últimas semanas - um deles em área reservada a autoridades em um aeroporto de São Paulo.
Além de tentar reverter a inelegibilidade, Wajngarten também busca reaver as armas e objetos de ex-assessores que foram apreendidos em operações da Polícia Federal - além de tentar reconduzir alguns dos auxiliares para a assessoria do ex-presidente.
FOLHA DO ALTO
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